HISTÓRIA
"Em 2004, a Cassems iniciou a fase de compra, locação ou comodato de hospitais em cidades consideradas estratégicas, uma alternativa importante porque diminui os deslocamentos dos beneficiários para outros centros e aproxima-os da Caixa. A isso se soma, claro, a redução dos custos gerais da empresa. Concretamente, o usuário é atendido em uma estrutura dele, paga mensalmente com sua contribuição descontada em folha de pagamento. Outro fator é a independência técnica e financeira que a empresa ganha, uma vez que suaviza a dependência em relação à rede credenciada que, como qualquer empresa capitalista, se move na busca do lucro máximo." (p. 102)
O capítulo 9 foi central em meus estudos em 2017 sobre verticalização ou não de autogestões em saúde.
Visitei a Cassems mais de uma vez, à época, e entendi ser muito acertada a decisão da direção e dos associados, os servidores do Estado, em investir em estruturas próprias de saúde.
Os problemas que a Cassems enfrentava com a rede credenciada capitalista eram os mesmos que a Cassi e seus participantes enfrentavam.
Segue abaixo a anotação que fiz no capítulo em 2017:
"A construção/aquisição de diversos hospitais foi fundamental para a melhoria do atendimento da população associada à Cassems. Locais com cerca de 8 mil pessoas foram contemplados com hospital próprio. Não deu certo fazer gestão hospitalar com outro sócio (Unimed). Onde monopólio hospitalar prejudicava o associado Cassems, o problema foi resolvido com hospital próprio. É tudo que acontece com a Cassi nos Estados!" (pag. 113)
A Cassi, à época (2017), tinha uma estrutura própria de CliniCassi nos Estados, para Atenção Primária e Estratégia de Saúde da Família (ESF). Os imóveis eram próprios ou alugados.
Entretanto, mais de 90% de seus recursos iam para a rede credenciada do mercado, todo dinheiro que entrava, saía no uso assistencial terceirizado. É um verdadeiro saco sem fundo, na minha opinião.
E... mesmo gastando todo recurso na rede privada, a Cassi não tem quem atenda seus associados nos interiores... A Cassems resolveu isso!
"O fechamento dessas instituições criou um novo desafio para a direção da Cassems: quem atenderia seus beneficiários? Como forma de resolver essa situação, a Caixa adquiriu alguns hospitais que estavam fechados ou próximos de fechar. Dotar as unidades regionais de pelo menos um hospital da Cassems passou a ser meta da empresa a ser atingida até 2018." (p. 103)
Enfim, a autogestão dos servidores de Mato Grosso do Sul tinha em 2016 hospitais em Dourados, Nova Andradina, Ponta Porã, Aquidauana, Paranaíba, Naviraí, Três Lagoas, Coxim, Corumbá e um excelente centro médico de alta tecnologia em Campo Grande - estive na inauguração.
Na minha opinião, a autogestão dos funcionários do Banco do Brasil e seus associados poderiam refletir e avaliar o exemplo da Cassems, criada em 2001 tendo a Cassi como referência.
William Mendes
14/12/25
Bibliografia:
SILVA, Eronildo Barbosa da. CASSEMS 15 anos: autogestão em saúde: um sonho possível. Campo Grande: CASSEMS, 2017.

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