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22.7.21

Cassi 2021 - Impressões e opiniões (V)

Olá prezad@s colegas da comunidade BB e companheir@s das entidades representativas!

A matéria da Contraf-CUT reproduzida abaixo traz alertas e preocupações relevantes em relação ao presente e futuro de nossa autogestão Cassi, principalmente em relação ao Plano de Associados, a verdadeira essência de nossa associação, pois o Plano é uma Caixa de Assistência, é um fundo mútuo, intergeracional e solidário criado há 77 anos pelos funcionários do Banco do Brasil, sem novas entradas e oxigenação nos perfis dos assistidos, tende a se inviabilizar.

PLANO DE ASSOCIADOS EM RISCO

Desde que passei a conhecer profundamente a nossa Caixa de Assistência, tenho a opinião de que a perenidade da nossa autogestão depende do equilíbrio e sustentabilidade do Plano de Associados - dos trabalhadores da ativa e aposentados e dependentes -, plano que manteve uma média de 400 mil vidas assistidas desde a reforma estatutária de 1996, e que cresceu durante os governos progressistas do PT, chegando a 418.335 vidas em 2014 e que passou a encolher desde o golpe de Estado em 2016, chegando em 2020 a 388.673 associados.

Pior do que os números em si são as perspectivas que se desenham para o futuro do Plano de Associados e, consequentemente, para a existência da autogestão Cassi, que jamais será uma "empresa" de planos de saúde competidora com o mercado privado, jamais! Só para termos uma ideia, o Plano de Associados reduziu mais 6 mil vidas e chegou a 382.723 associados nos primeiros meses de 2021. 

Pergunto: percebem o quanto é preocupante qualquer movimento ou decisão administrativa do patrocinador BB ou da direção da Cassi que possa fazer com que não haja novas entradas no Plano de Associados nos próximos anos?

PLANO CASSI FAMÍLIA II EM RISCO

E o Cassi Família II, o plano de saúde com regras de mercado disponibilizado aos familiares até determinados graus de parentesco com os trabalhadores do BB, de acordo com regras determinadas pela ANS? O CF II é o plano ativo que temos na Cassi desde 1999. Uma parte de nós da comunidade BB tem um ou mais familiares no plano CF II. O recém lançado Plano Essencial e outros que a diretoria promete lançar ameaçam severamente a sustentabilidade do CF II e isso é muito sério! 

Está na cara que os planos de saúde da Cassi estão concorrendo um com o outro e não com os planos de empresas concorrentes! Isso também é muito sério! São 234 mil participantes do Cassi Família II em risco porque o Cassi Essencial pode inviabilizar o custeio e a estabilidade do CF II e muitos de nós NÃO queremos migrar e passar a pagar coparticipação e franquia, isso é uma fria! É muito pior pagar essas taxas extras que um pouco mais na mensalidade do CF II. A não ser que a pessoa tenha plano de saúde com intenção de nunca usar, o que não faz sentido.

Ou alguém acha que a autogestão dos trabalhadores do BB, a Cassi, com o seu tamanho no mercado de saúde, vai concorrer com as grandes do setor: Bradesco, Unimed, Amil, Hapvida? Não temos condições de concorrer com players que dominam nichos e segmentos do mercado que têm patrimônio gigante, têm estrutura própria de serviços de saúde de uma ponta a outra, desde consultórios, clínicas de imagem, fornecimento de insumos e hospitais de todo tipo e têm influência nos espaços políticos que criam as condições de seus sistemas avançarem no mercado de saúde privado. 

Vejam abaixo um exemplo de um concorrente do Cassi Essencial em diversas regiões, estados e cidades do Brasil: 100 bilhões de patrimônio de Hapvida e Notre Dame Intermédica contra uns 5 ou 6 bilhões da nossa querida Cassi...

Carta Capital, nº1165, 14/7/21, p. 43

DECISÃO ARRISCADA E EQUIVOCADA DA DIREÇÃO DA CASSI, NA MINHA OPINIÃO

Eu imagino que nossos colegas que estão nos espaços de decisão e gestão da Cassi e do Banco do Brasil querem o melhor para a nossa Caixa de Assistência. Mas eles estão equivocados em relação a algumas decisões recentes como, por exemplo, lançar planos de saúde do tipo Cassi Essencial. Falo isso com todo o respeito. Esse não deveria ser o foco da nossa associação. A Cassi deveria focar naquilo que já demonstrou excelência ao longo de décadas de experimentação e resultados na gestão de saúde de uma população estável no tempo, perene, passível de acompanhamento, cuidados e uso melhor de recursos limitados.  Esses são os pontos fortes da Cassi.

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O ESSENCIAL NA CASSI É O PLANO DE ASSOCIADOS E O MODELO ASSISTENCIAL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA ESF/CLINICASSI/PROGRAMAS DE SAÚDE 

O Plano de Associados pode ser sustentável por décadas se tiver uma população cuidada pelo modelo assistencial Estratégia Saúde da Família (ESF), através das unidades de saúde CliniCassi, com equipes de família próprias e com programas de saúde específicos de acordo com os diversos graus de complexidade que os perfis dos cadastrados nas equipes de família tenham. Nós mostramos os estudos desse sistema entre 2015 e 2018 e os resultados foram surpreendentes para a Cassi e para a saúde dos cadastrados vinculados ao modelo. A Cassi já poderia ter ampliado em dezenas de milhares os cadastrados na ESF se tivesse focado nisso após a entrada de recursos novos. Os números seguem os mesmos que ampliamos e deixamos entre 2014 e 2018. ESSE É O CAMINHO: AMPLIAR A ESF!

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Estamos à disposição para conversar, trocar experiências e refletir sobre essas questões. Não podemos tomar decisões erradas neste momento da história porque hoje não seria possível criar uma nova Caixa de Assistência - a Cassi. Não seria possível porque as regras e lobbys do mercado privado inviabilizam que se criem sistemas solidários como o Plano de Associados da Cassi.

Pensem nisso, colegas.

Abraços a todas e todos.

William


(Reprodução de matéria de 9/7/21 da Contraf-CUT)

Cassi Essencial é Cavalo de Troia e põe em risco toda a Cassi

Adesão de novos funcionários ao Cassi Essencial, como querem os diretores, põe em risco sustentabilidade do maior plano de autogestão do país


Enfraquecimento da Cassi, redução do número de credenciados, falta de transparência e mais atenção aos interesses do banco do que aos interesses dos funcionários do Banco do Brasil. Estes são alguns dos resultados da implantação do novo plano de saúde criado pelos diretores da Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil, chamado de “Cassi Essencial”. O alerta é das entidades sindicais e representativas dos trabalhadores do BB.

O plano foi criado por diretores e conselheiros eleitos e indicados pelo banco na Cassi. Parece que todos se subordinam aos interesses do banco e se esquecem de defender os interesses dos associados.

O Cassi Essencial foi criado sob o argumento de atrair os participantes que cancelaram o Plano Cassi Família e desejam um plano mais barato. Mas não é isso que fica evidente ao analisar o novo produto. O plano foi criado não apenas para atrair ex-funcionários e parentes por consanguinidade e afinidade dos funcionários do Banco do Brasil. Os funcionários do BB e da Cassi, aposentados e pensionistas e funcionários oriundos dos bancos incorporados também poderão aderir ao novo plano.

Canibalização e descumprimento do estatuto

Os sindicatos e entidades que representam os funcionários do banco denunciam que, por se tratar de um plano de mercado, o trabalhador que aderir ao Cassi Essencial não contará com o patrocínio do banco e com as contribuições patronais. Portanto, se mais funcionários forem atraídos para o novo produto, haverá redução do número de participantes nos planos de Associados e Cassi Família, colocando em risco todo o sistema de solidariedade da Cassi.

Em outras palavras, os diretores da Cassi criaram um produto para ajudar o banco e enfraquecer a Cassi. Uma autofagia explícita. O Cassi Essencial ajudará o banco, que poderá forçar funcionários a migrar para este plano e, assim, poderá fugir do patrocínio e reduzirá suas despesas com a saúde dos funcionários. A migração de participantes do Cassi Família para o novo plano poderá inviabilizar o Cassi Família, encarecendo suas mensalidades – pela relação contratual, a Cassi deve manter os planos ativos enquanto houver participantes.

“A adesão de funcionários [ao Cassi Essencial] desconfigura o Plano Associados, que é um plano solidário, onde os entrantes ajudam a custear os mais velhos e o banco é obrigado a custear parte das despesas. Já o Cassi Essencial, na prática, é um plano de mercado”, explica o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Fukunaga destaca que a direção da Cassi contraria o estatuto da entidade, que estabelece:

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“Art. 6º. São associados da CASSI, nos termos e condições previstas neste Estatuto e no Regulamento do Plano de Associados: I. Os funcionários do Banco do Brasil S.A. de qualquer categoria, inscritos no Plano de Associados.
§ 1º – O ingresso no Plano de Associados da CASSI será feito mediante solicitação do funcionário, a qualquer tempo, a partir da data de início do vínculo empregatício com o Banco do Brasil S.A.”
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“O que os diretores da Cassi estão propondo com o plano Cassi Essencial é irregular, desobedece ao estatuto da entidade. Além disso, configura crime de responsabilidade com o futuro da Cassi, uma vez que deixaria de ter novos entrantes”, pondera Fukunaga.

Menos credenciados, mais coparticipação

A rede de credenciados do Cassi Essencial, principalmente nos grandes centros, é bem menor que a rede dos demais planos, criando dificuldades para o atendimento aos participantes. O valor pago em coparticipação em exames, consultas e procedimentos neste plano também é maior que nos outros, e pode não compensar a redução das contribuições mensais.

Outra questão levantada pelas entidades sindicais é a falta de transparência, isso porque os diretores da Cassi não divulgaram um comparativo de preços entre os planos Cassi Família e Cassi Essencial, comprometendo a possibilidade de qualquer interessado verificar a relação custo x benefício mais vantajosa para ele.

Redação: Lilian Milena/Contraf-CUT

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