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4.9.20

Campanha dos Bancários 2020 - Acordos assinados





Registro no blog que a Campanha Nacional dos Bancários foi finalizada nesta sexta-feira 4 com a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários e os Acordos Coletivos aditivos por banco e ou por temas.

O cenário em que se deu essa campanha de renovação dos direitos coletivos da categoria foi bastante complexo. Além do país estar vivendo um período de exceção desde o golpe de Estado em 2016, e com isso as instituições do Estado não funcionam mais e a cidadania está largada à sua própria sorte (ou azar), tivemos neste ano por causa da pandemia mundial de Covid-19 a exacerbação da crise política, econômica e social que já vivíamos da era Temer e Bolsonaro .

No início da campanha de renovação da data-base da categoria, expliquei em postagem que havia uma ameaça aos direitos históricos dos trabalhadores do setor financeiro porque sem a ultratividade (manutenção dos direitos da CCT até renovação de novo acordo), perdida com a reforma trabalhista realizada pelo congresso golpista e o governo de exceção, os bancários poderiam perder vários direitos conquistados há décadas.

A campanha começou com os banqueiros e governo propondo a redução de diversos direitos coletivos como a 13ª cesta alimentação, a redução substancial do valor de PLR a ser distribuído, e reduções de direitos nos acordos dos bancos públicos também. Ao final, os direitos foram praticamente mantidos, havendo uma redução de direito na questão do abono de 5 dias dos bancários do BB, que não poderão mais ser cumulativos nem convertidos em espécie como antes. Não sei os detalhes do acordo dos colegas da Caixa Federal. 

Os banqueiros, gente que não vou nem nominar o que penso a respeito desses sujeitos, não deram sequer a reposição da inflação oficial da data-base dos bancários. Depois de lucrarem quase 30 bilhões no primeiro semestre, enquanto a sociedade brasileira quebrou, eles conseguiram impor sua estratégia de dar abono salarial. Deram 2 mil de abono e reajuste de 1,5% para uma inflação estimada de 2,74% (INPC). Para o ano seguinte, os bancários tiveram garantida a inflação e mais 0,5% de aumento real.

A correlação de forças no embate entre capital e trabalho está favorável aos banqueiros, um dos segmentos que patrocinou o golpe de Estado, e aos representantes da casa grande e demais lixos da extrema-direita. 

Contudo, avalio que renovar os direitos coletivos por 2 anos é algo importante para a categoria. O cenário do país é de destruição total de tudo. Os trabalhadores e os pobres estão pagando por se deixarem enganar e se aliarem aos seus algozes. Voto e burrice têm consequência e preço, e apoiarem o golpe e todo lixo de direita custou caro para o país e o povão, que precisa do suporte do Estado para o exercício de sua cidadania!

Segue abaixo partes de uma matéria da Contraf-CUT que resume os principais pontos da campanha neste ano, principalmente no que diz respeito ao BB, banco ao qual dediquei a maior parte de minha vida profissional.

William Mendes

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(reprodução de parte de matéria da Contraf-CUT)



Resumo das negociações com o Banco do Brasil

Reajuste: conforme negociado na mesa única da Fenaban


Proposta inicial: reajuste ZERO.

Proposta final: 2020: Reajuste de 1,5% para salários + abono de R$ 2 mil para todos. Garante em 12 meses valores acima do que seria obtido apenas com a aplicação do INPC para salários até R$ 11.202,80, o que representa 79,1% do total de bancários (isso já considerando o pagamento de 13°, férias e FGTS). INPC sobre VR, VA, valores fixos e tetos da PLR.

2021: Reposição da inflação + 0,5% de aumento real para salários e demais verbas, como VA, VR e auxílio-creche.

Todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho e do Acordo Coletivo de Trabalho foram mantidos.

PLR


Proposta inicial: Redução da distribuição do lucro líquido (parcela linear) para 2%.


Após negociação: Mantida PLR como está no acordo atual (4% lucro líquido mais 45% do salário, mais módulo variável determinado pelo Banco do Brasil por semestre).

GDP

Proposta inicial: 1 ciclo avaliatório para descomissionamento.


Após negociação: Mantidas as três avaliações negativas para descomissionamento por desempenho (3 GDPs).

Intervalo intrajornada


Proposta inicial: 15 a 30 minutos com registro para todos os funcionários de seis horas.


Após negociação: Até uma hora com registro apenas para quem fizer opção.

Faltas abonadas


Proposta inicial: 2020 e 2021 – cinco faltas não conversíveis e não acumuláveis.

Após negociação: Regra de transição, com conversão em pecúnia do saldo de abonos adquiridos até primeiro de setembro de 2020. Os adquiridos a partir de primeiro de setembro de 2021 terão que ser usufruídos até agosto de 2022, inclusive nas férias, mas sem conversão em pecúnia ou acumulação. Os abonos já adquiridos e acumulados permanecem com as regras anteriores.

Folga Justiça Eleitoral


Proposta inicial: 60 dias para gozar a folga.

Após negociação: 180 dias para gozar a folga.

Prazo para realização de perícia psicológica


Proposta inicial: 12 meses.


Após negociação: Manutenção de 18 meses.

Horário de repouso


Proposta inicial: Apenas para atividades repetitivas.


Após negociação: Manutenção de atendentes de Sala de Autoatendimento.

Outros pontos negociados


Mesa sobre bancos incorporados a ser conduzida e iniciada a partir de outubro, com apresentação de pautas em setembro/2020


Mesa permanente sobre Teletrabalho e Escritórios Digitais

Mesa permanente sobre Saúde e Segurança

Fonte: Contraf-CUT

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