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4.9.17

Cassi - Fortalecer o pertencimento é vital em autogestões em saúde





Opinião


Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas,

Iniciamos a semana de trabalho com a leitura da pauta da reunião ordinária da Diretoria Executiva de nossa Caixa de Assistência. Como já explicamos a vocês, o equilíbrio e a paridade na governança de nossa autogestão são conquistas tão importantes que todas as semanas nos reunimos para deliberar sobre dezenas de questões que podem afetar os direitos dos associados e os rumos de nossa entidade.

Fortalecer o espírito de pertencimento a instituições de auxílio, de organização e de cooperativismo construídas pelos próprios trabalhadores é vital para a manutenção de direitos históricos em saúde, previdência e direitos sociais como, por exemplo, os direitos trabalhistas. Atuamos como eleitos na área da autogestão em saúde e fazemos tudo que está ao nosso alcance para fortalecer esse sentimento de pertencimento em nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, uma associação com 73 anos de existência e um modelo de assistência e custeio solidário sem igual no setor.

Teremos neste mês de setembro eventos importantes em relação à nossa Cassi. Realizaremos em Brasília nos dias 13 e 14 de setembro o VIII Encontro Nacional dos Conselhos de Usuários, evento que fortalece a participação social em nossa Caixa de Assistência reunindo representações dos 27 Conselhos de todo o País. A Diretoria que gerimos é a responsável regimental pela relação com os Conselhos, fóruns voluntários de participantes. Nestes 3 anos, melhoramos o Regimento Interno e fortalecemos o fórum. Também teremos neste mês o início de uma capacitação de nossos gestores de unidades (MBA/FGV*), prevista para ocorrer até o início de dezembro.

*post scriptum: curso de extensão/FGV - desenvolvimento gerencial - 120 horas aula.

A agência reguladora da saúde suplementar (ANS) publicou em seu site na semana passada o resultado da avaliação do 2º trimestre de 2017 de seu Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento. A Agência comunicou à Cassi que o nosso resultado melhorou considerando a avaliação entre o 1º e o 2º trimestre, tirando a suspensão da comercialização do Cassi Família. 

Como gestor eleito pelos associados em nossa Caixa de Assistência, uma entidade de autogestão, sem fins lucrativos, e com um Plano de Associados com características completamente distintas dos planos de mercado e em comercialização por aí, sigo com as preocupações que tenho expressado. Deveria haver mudanças na lei para que as operadoras de saúde sejam reguladas de acordo com suas características.

Algumas normas e exigências legais dos órgãos reguladores deveriam avaliar de forma distinta as autogestões em relação aos planos de saúde privados que visam lucro, porque as dificuldades das autogestões na compra de serviços de saúde no mercado estão cada dia mais complexas porque elas não escolhem as regiões/praças onde vão vender plano nem escolhem o perfil do usuário. Analisar e julgar autogestões da mesma forma que se analisa e julga planos comerciais pode por em risco até mesmo a existência de algumas delas, que se auto-patrocinam e têm como foco a promoção de saúde, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação de suas populações, em geral de trabalhadores, e não negam procedimentos baseando-se em planilhas de custos.

Seguindo com essa preocupação que tenho externado como gestor eleito da maior autogestão em saúde do País, a nossa Cassi, defendo que devemos aumentar a verticalização de nossa operadora de saúde, ou seja, além de defender ampliar as CliniCassi que prestam Atenção Primária (APS), com medicina de família, equipes multidisciplinares, pronto-atendimento e medicina do trabalho, entendo que devemos ampliar nossa estrutura para clínicas especializadas, de diagnose e imagem, e até investir em hospitais próprios, como já faz a Cassems, a autogestão dos servidores do Estado do Mato Grosso do Sul. Nós temos 700 mil participantes, sendo mais de 160 mil idosos nos dois planos que temos e vamos cuidar de nossas populações por décadas adiante. É hora de investir melhor a forma como gastamos mais de 4 bilhões de reais na rede prestadora privada.

Por fim, insisto para que todos os intervenientes de nossa comunidade Banco do Brasil sigam contribuindo para melhor informar nossos assistidos em seus diversos segmentos e incentivem os associados a se cadastrarem na Estratégia Saúde da Família (ESF), aqueles que estiverem em área de abrangência de uma CliniCassi (são 65), e procurem os canais da Cassi antes de reclamar na ANS ou de judicializar contra a nossa Caixa de Assistência, porque todos perdem sem a busca de solução administrativa para as demandas em nosso Sistema de Saúde Cassi.

Abraços e boa semana a tod@s nós,

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)



Post Scriptum:

A Cassi, principalmente o nosso plano de saúde de trabalhadores, o Plano de Associados, está exposta a diversos riscos, em relação a direitos históricos, não só a Cassi como outras autogestões de trabalhadores. O momento é de partilhar informação nas entidades representativas da ativa e de aposentados. Tenho sugerido aos sindicatos e lideranças de associações que se organize um encontro nacional de saúde, que poderia ser um encontro de saúde e previdência, porque ambos direitos estão em risco. A unidade e a mobilização serão fundamentais para preservarmos nossos direitos.

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