Blog de William Mendes, ex-dirigente sindical bancário e ex-diretor eleito de saúde da Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil
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3.2.17
Opinião do Diretor de Saúde sobre perspectivas para a Cassi
Olá prezad@s participantes da Cassi e companheir@s de lutas,
Estamos concluindo a semana de trabalho na gestão de nossa Caixa de Assistência. Assim como fizemos nos anos anteriores, foi necessário trabalhar em turnos de manhã, tarde e noite praticamente todos os dias nesta volta das férias. Nossa Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento está com agenda intensa para alinhar as estratégias para o ano de 2017 e também estamos com diversas frentes na área da saúde.
Um de nossos objetivos neste ano será avançar na promoção de saúde e prevenção de doenças em relação à saúde dos trabalhadores na ativa (100 mil bancári@s), pois parte deste segmento não está ainda na Estratégia Saúde da Família (ESF). Em 2016, acertamos parcerias em defesa da saúde com todas as Superintendências e Gepes/Sesmt nos Estados e DF. Neste ano, vamos aprofundar esta relação a partir da devolutiva dos resultados dos Exames Periódicos de Saúde (EPS) e dos checkups dos primeiros gestores. Há boas perspectivas de trabalho nesta área.
A Direção da Cassi está revisitando o Planejamento Estratégico para os próximos 5 anos e nossa Diretoria de Saúde tem se dedicado a estudar profundamente a nossa autogestão Cassi, o nosso modelo assistencial, o universo de assistidos nos planos e o perfil epidemiológico daqueles que estão na ESF, as potencialidades de nossa operadora em relação ao setor de saúde suplementar, as dificuldades tanto da Cassi quanto das demais operadoras nos mais diversos eixos estruturantes da gestão de planos de saúde e uso de rede prestadora de serviços (rede credenciada).
Os diversos textos e relatórios de referência que analisamos, panoramas executivos do setor, estudos da ANS, relatórios internos da nossa autogestão, dados comparativos de entidades do setor como Unidas e FenaSaúde, dentre outros documentos, reforçam o nosso ponto de vista como gestor eleito pelos associados da maior autogestão em saúde do País que o caminho a seguir para a Cassi nos próximos 5 anos é ampliar a cobertura do modelo assistencial e as estruturas próprias da nossa operadora.
Para não ser muito extensivo, cito apenas dois pontos importantes sobre o que pensamos serem as melhores perspectivas para o próximo período:
1) Ampliar o número de participantes cadastrados na ESF já a partir de 2017 através de melhoria nas estruturas próprias. Na Cassi e em nosso modelo isso é INVESTIMENTO e não custo
Os anos de 2004 e 2005 foram definidores do Modelo de Atenção Integral e Estratégia Saúde da Família na Cassi. A ESF foi consolidada e foram definidos indicadores de acompanhamento, e um planejamento com metas de ampliação e cobertura da ESF e CliniCassi. Cito o que o Relatório Anual afirma em 2004:
"A estratégia Saúde da Família tem três estágios de implantação. No primeiro e no segundo estágios, o objetivo é alcançar até 75% dos participantes do Plano de Associados e os doentes crônicos mais graves do Plano Cassi Família (os que demandam mais gastos). A terceira etapa atingirá a totalidade do Plano de Associados e a toda a população de crônicos do Cassi Família, mais a demanda espontânea desse plano nas cidades com módulos da ESF. Ao final do terceiro estágio, o objetivo é atingir 51% dos beneficiários da Cassi, considerando, assim, as 27 capitais e cerca de 40 cidades de porte médio no interior do País."(pág. 9)
Quando assumimos a Diretoria de Saúde em 2014, o número de cadastrados na ESF estava em queda (menos que 160 mil). Com a dedicação e esforço das equipes na Sede e nas 27 Unidades Administrativas e 65 CliniCassi conseguimos ampliar em mais de 20 mil o número de cadastrados. No entanto, sem a Cassi definir recursos na peça orçamentária para investirmos na ampliação da cobertura, não sairemos do lugar. Temos mais de 400 mil participantes no Plano de Associados, o que quer dizer que já deveríamos atender a toda esta população na ESF, fora os crônicos do Cassi Família.
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Por saber que não se implanta de uma só vez tudo o que não foi feito no período anterior, entendo que até 2021 poderíamos traçar uma meta de expansão da cobertura da ESF para chegar a 75% da população do Plano de Associados, cerca de 300 mil participantes.
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Para isso, é necessário investir na melhoria das estruturas próprias da Cassi, porque nosso modelo é baseado em Atenção Primária à Saúde (APS) e não se terceiriza esse tipo de serviço. As unidades CliniCassi precisam de investimento nas equipes, com mais contratação e capacitação. Algumas unidades precisam ser reformadas e outras precisam de mudança de imóvel. Boas unidades são centrais para que os participantes deixem de ir aos prestadores de serviços na rede credenciada para atendimentos básicos que podem ocorrer nas CliniCassi, bem como ir para as especialidades eletivas a partir das CliniCassi.
Cada prestador hospitalar e de consultórios e clínicas tem os seus protocolos próprios e a Cassi e seus participantes podem usufruir dos serviços contratados de forma mais eficiente se a procura pelos especialistas partir de demanda orientada pelos médicos de família e equipes multidisciplinares de nossa operadora.
Já explicamos aqui várias vezes que as despesas administrativas de estrutura própria (vertical) da Cassi são as menores de todo o setor de saúde suplementar, principalmente quando comparadas com outras autogestões e com medicinas de grupo. Crescer estrutura de Atenção Primária e cuidado com crônicos é ECONOMIA em nossa autogestão porque podemos usar melhor os recursos dos patrocinadores no uso de estruturas mais complexas e necessárias da rede credenciada.
PARA PENSAR: Já antecipo um debate que vamos fazer com os órgãos de governança e com os associados e entidades representativas dos associados: entendo que a Cassi deve verticalizar como todos os líderes do mercado de saúde estão fazendo. Essa tendência deve ser observada. Além de melhorar estrutura de atendimento básico, CliniCassi, temos que avaliar entrar no segmento hospitalar e de exames e diagnose. Nossa operadora tem orçamento anual de mais de 4 bilhões de reais e quase todo esse recurso vai para os outros (rede prestadora). Nós somos da comunidade BB e temos total condição de entrar no segmento de prestação de serviços de saúde. Fui na inauguração de um hospital geral da autogestão Cassems em 2016 e o investimento deles foi de 86 milhões de reais. Eles também têm estrutura de diagnose. É minha opinião inicial, mas temos que debater a questão. A Cassi é grande, tem que pensar grande.
2) Melhorias tecnológicas e de recursos humanos na Central de Atendimento 0800 da Cassi e em Tecnologia da Informação
Outra questão fundamental já a partir de 2017 é dar melhores condições para a Central porque ela também é porta de entrada para o acesso aos serviços de saúde da nossa autogestão. Além disso, a Central tem relação direta com os prestadores de serviços de saúde da rede credenciada.
Há vários eixos temáticos que demandariam um longo texto de opinião, como melhoria na comunicação da Cassi com a comunidade BB e com prestadores.
O importante é frisar o que entendemos como base para se pensar um planejamento estratégico de uma autogestão que vai viver um ano de definições com apoio de consultoria contratada pelo patrocinador Banco do Brasil e que torcemos para que toda a comunidade acompanhe conosco os debates e as definições sobre o futuro.
SOLIDARIEDADE: Outra questão central é a defesa como cláusula pétrea de nossa Caixa de Assistência do modelo de custeio mutualista intergeracional. A Solidariedade é o que faz o Plano de Associados poder manter quase 200 mil associados ativos, aposentados e pensionistas e seus dependentes terem os mesmos direitos em atendimento e cobertura de acordo com suas necessidades. Além do mercado privado que visa lucro não querer certos segmentos de "clientes", pois há diversas formas de expulsar os mais idosos e as pessoas com mais necessidades de uso dos planos de saúde, algumas operadoras de autogestão adotaram regras de custeio semelhantes ao mercado e os participantes não estão conseguindo pagar as mensalidades.
Voltaremos a escrever sobre essas questões e temos um compromisso de estar o tempo todo defendendo o modelo assistencial da Cassi porque ele é a melhor perspectiva de sustentabilidade do Plano de Associados, cuja despesa assistencial cresce em ritmo menor que as despesas assistenciais das outras operadoras de saúde. As dificuldades de equilíbrio entre receitas e despesas estão colocadas para todo o setor de saúde suplementar. Planos que visam lucro realizam seus reajustes de forma agressiva, o que não é o nosso caso. O que temos avaliado com dados comparativos é que a Cassi é mais eficiente que suas concorrentes em muitos quesitos.
Abraços,
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)
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