Reunião de parcerias pela saúde entre Cassi, Super e Gepes Maranhão. |
BALANÇO DO MANDATO (PARTE II)
Olá companheir@s, amig@s e colegas do Banco do Brasil,
Estivemos em São Luís do Maranhão cumprindo agenda de trabalho da Cassi e da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento. Participamos da VIII Conferência de Saúde no Estado e apresentamos uma palestra sobre "Sustentabilidade da Cassi". Também nos reunimos com a Superintendência e a Gepes para reforçar o compromisso de atuação focada na promoção de saúde e prevenção de doenças no ano de 2017.
Com a agenda no Maranhão, fechamos um ciclo de palestras ministradas entre 2015 e 2016 nos 26 Estados e no Distrito Federal abordando a Sustentabilidade de nossa Caixa de Assistência. Neste percurso, levamos conhecimento técnico e histórico a 2.883 participantes que estiveram nas Conferências, grupo seleto de pessoas, porque estivemos com a nata das lideranças das instituições da Comunidade Banco do Brasil, pessoas formadoras de opinião.
Antes de apresentar de forma sucinta o que abordamos sobre a Sustentabilidade da Cassi, quero deixar um agradecimento especial a tod@s os funcionários da Caixa de Assistência pela dedicação à entidade e às nossas vidas; agradecer muito às entidades sindicais e associativas que de alguma forma nos apoiaram com recursos e apoio logístico para podermos realizar as 27 Conferências num momento em que não tive, por causa do orçamento contingenciado, aprovação de recursos para realizar eventos tão essenciais de participação social; e agradeço a compreensão da família pela longa ausência que a minha dedicação à Cassi tem causado, deixando a esposa e filho sozinhos na solução de problemas familiares.
Antes ainda de falar um pouco sobre a Sustentabilidade da Cassi e o que espero para os próximos 3 anos em que estaremos todos sob um período de receitas extraordinárias na Cassi (2017/19) com estudos e busca de mais eficiência na operadora, comento um texto que vi em rede social de um determinado grupo que avisa estar de olho na direção da Cassi (é bom que tod@s acompanhem a Cassi mesmo) e o texto do grupo faz algumas "sugestões" prejudiciais para a Caixa de Assistência no que ela é em essência.
Imaginem que o grupo propõe reduzir despesas com funcionários, fechar CliniCassi, reduzir a participação dos associados na gestão (já não bastam os ataques que os trabalhadores estão sofrendo com o atual governo e Congresso), exigem divulgação pública das decisões estratégicas do CD e Diretoria da operadora como se a Cassi não estivesse inserida num mercado de 140 bilhões (indústria da saúde suplementar) em disputa com os demais planos; faz críticas sobre a qualidade da estrutura física que acolhe nossos assistidos - não no sentido de melhorar a rede própria de atendimento, mas para piorá-la -, como se algum participante trocaria atendimento em rede credenciada de qualidade para ir a locais pouco adequados a receber bancários e familiares.
Enfim, além de já insinuarem que farão campanha pela não aprovação das contas da Cassi (é direito deles fazer isso), cobram que o patrocinador BB troque todos os seus indicados na operadora, o que entendo não ser adequado porque o movimento dos associados sempre cobrou uma permanência maior por parte dos indicados, para que a governança tivesse uma sequência maior de trabalho e encaminhamento de projetos estratégicos.
Enfim, segue abaixo um resumo simples do que temos abordado nas Conferências.
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)
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Sustentabilidade da Cassi
No início das Conferências, mostramos aos participantes o cenário do setor de saúde suplementar no Brasil. Um quarto dos brasileiros (50 milhões) tem planos de saúde, e em geral, planos coletivos fornecidos por seus empregos. As mais de 800 operadoras de saúde se dividem em medicinas de grupo, seguradoras, cooperativas, autogestões e filantropia. A Cassi é a maior autogestão do País, e este segmento que não visa lucro cuida de cerca de 5 milhões de vidas.
Diferente das operadoras que visam lucro e têm preferência por clientes jovens e sem grandes demandas de saúde (porque este perfil é superavitário na relação receitas x despesas), as autogestões têm perfis de públicos mais idosos e com maior demanda por saúde: enquanto a sinistralidade do setor privado que visa lucro fica entre 80 e 84%, nas autogestões que não escolhem público, a sinistralidade passa dos 95%.
Um fator comparativo central para saber se a Cassi é eficiente ou não com sua despesa administrativa é olhando para os dados de todo o setor de saúde suplementar (ANS 2015). Enquanto a estrutura própria do setor custa em média 11,5%, as autogestões têm média 12,7% e a estrutura que visa lucro, mais parecida com a Cassi, são as medicinas de grupo, que têm média de 12,4%.
Já a Cassi, mesmo tendo uma estrutura ainda inadequada para cumprir sua missão de Atenção Primária para o conjunto de sua população assistida, tem uma despesa administrativa de 10,6%, muito menor que todo o setor. E olha que a despesa administrativa real em 2015 foi de 9% e não 10,6% porque houve um evento extraordinário de provisão em 2015 (pág. 22 do Relatório Anual). E mais: a despesa administrativa da Cassi, menor que todo o setor, é a que congrega hoje a Sede, a Central 0800, a Cepag, as 27 Unidades Administrativas e as 65 Unidades de Atendimento à Saúde (CliniCassi). Já acompanhamos e cuidamos de 180 mil participantes cadastrados na Estratégia Saúde da Família (ESF) e temos 142 equipes nucleares de família. Todos os dados de gestão nos mostram que a Cassi faz mais com menos. E o próprio patrocinador BB tem visto isso nos debates internos que fazemos na operadora.
O que estamos apresentando como real perspectiva de equilíbrio e sustentabilidade para a nossa Caixa de Assistência nos próximos anos, sem afetar direito algum dos participantes, e sim, estendendo o direito aos associados em serem cuidados pelo Modelo de Atenção Integral e ESF nos próximos anos, é investir recursos na estrutura própria de Atenção Primária, o modelo preventivo e que promove saúde, além de monitorar doentes crônicos e reabilitar e recuperar os assistidos.
Enquanto buscamos melhores estratégias de relação com a rede prestadora de serviços de saúde, fator que consome mais de 90% dos recursos da Cassi e que não se resolve com rapidez porque não depende somente do desejo da Cassi (estamos no mercado), podemos ampliar a Atenção Primária e o Modelo que mostramos acima, mais racional e eficaz, com muito menos recursos.
A Cassi deve completar a sua reorganização da rede de serviços de saúde, com base na Atenção Primária e melhor uso da rede credenciada. |
Se nos permitirem em 2017 alocar recursos administrativos para sairmos dos atuais 10,6% (ou 9% em 2015) chegando à média do Setor Saúde (11,5% ou 12,4% nas medicinas de grupo), teremos boas perspectivas de fazer mais promoção e prevenção com algumas dezenas de milhões investidos a mais na estrutura própria. Estamos falando em investir na Central, em mais equipes médicas, Plano de Cargos e Salários para os funcionários da Cassi (prometido a eles desde 2008), treinamento e capacitação, mais autonomia e alçadas para as Unidades de Atendimento e Central, mais recursos para atividades que deem conhecimento da Cassi ao seu público como, por exemplo, melhorar a comunicação e a relação com associados nos Estados.
Como Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi, responsável por avançar a cobertura do Modelo de Atenção Integral e ESF/Atenção Primária e pelas unidades administrativas e CliniCassi, afirmo que precisamos de recursos para ampliar em 2017 o cuidado aos participantes.
Quando chegamos à Cassi, no meio de 2014, a ESF estava sem prioridade na Cassi, mesmo com o esforço feito pelas unidades e os funcionários apaixonados e dedicados pelo que fazem. Nós buscamos defender o modelo e ampliar a cobertura que pode acompanhar e até mesmo salvar vidas diariamente, identificando e acompanhando doentes crônicos e com riscos de saúde. Conforme tabela acima, ampliamos em 20 mil vidas a cobertura da ESF, mas só é possível avançar mais e quiçá salvar vidas com ampliação da estrutura de Atenção, hoje no limite da capacidade instalada.
Nós realizamos nos dois últimos anos, estudos e pesquisas que nos deram muitos motivos para defender e ampliar o Modelo Assistencial da Cassi. Comparamos um grupo de participantes vinculados à Estratégia Saúde da Família com um grupo de participantes que nunca fizeram parte do programa, ambos grupos usando a rede credenciada em 2015, observando os mesmos graus de complexidade de cada grupo (2 e 3) e os estudos nos mostram que o segmento vinculado à ESF tem um comportamento de despesa per capita na rede prestadora menor que o do segmento que nunca foi cuidado por nós na ESF.
Não à toa, até a saúde suplementar que visa reduzir custos e obter lucro (mercado) está investindo em medicina e médico de família. Mas a Cassi tem uma vantagem imensa se ampliar a cobertura de seu modelo: nosso público não é volátil, não entra e sai conforme o comportamento do mercado. São participantes do Plano de Associados e vamos cuidar deles por décadas.
É isso, estamos há mais de dois anos partilhando informações e conhecimento sobre a Cassi e o nosso modelo de Atenção Primária. Não há tempo a perder sequer em 2017, o que dirá nos próximos anos.
Abraços,
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)
Dá para explicar esses 5 milhões de vidas?
ResponderExcluirQuantos desses estão na aba , ou seja, não pagam suas contribuições de dependentes??
"Dá para explicar esses 5 milhões de vidas?" O texto é autoexplicativo. Cerca de 5 milhões de participantes do sistema estão organizados em autogestões, que têm outra lógica, pois não visam lucro e buscam modelos que atuem na promoção de saúde e ou prevenção de doenças e no controle de agravos das doenças identificadas.
ResponderExcluirCada autogestão tem seu estatuto e regra própria de custeio e cobertura.
Att. William