Blog de William Mendes, ex-dirigente sindical bancário e ex-diretor eleito de saúde da Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil
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21.6.16
Opinião e agenda do Diretor de Saúde (no DF)
Dou a boa-vinda aos novos gestores da Cassi e me coloco à disposição no que puder compartilhar do acúmulo destes dois anos de gestão
Olá companheir@s, amig@s e colegas do Banco do Brasil,
Esta semana de trabalho é toda em Brasília com agendas de gestão internas.
Segunda e terça são dois dias de muito trabalho de leituras e estudos da pauta semanal da Diretoria Executiva. Também nesta terça e quarta é a primeira reunião do novo Conselho Deliberativo da Cassi, CD que traz novos representantes dos patrocinadores BB e Corpo Social, que assumiram neste mês de junho.
A Cassi é a maior autogestão do país, gerida no modelo compartilhado entre os dois patrocinadores - o banco-patrão e os associados funcionários da ativa e aposentados. Isso é bom e diferente do que há no mercado de saúde suplementar. A busca de consensos deve ser uma constante na governança e o foco dos debates deve ser o fortalecimento da Caixa de Assistência e o cuidado de mais de 700 mil vidas, os participantes.
Nós chegamos à gestão da Cassi em junho de 2014 e estamos responsáveis pela Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento, área encarregada do modelo assistencial de Atenção Integral à Saúde, modelo que na Cassi foi definido pelos patrocinadores desde a Reforma Estatutária de 1996. Também somos responsáveis pelas unidades próprias da Cassi nos Estados e Distrito Federal. Fazemos a gestão de 27 Unidades Administrativas e 65 CliniCassi, pontos de atendimento primário que organizam a Estratégia Saúde da Família (ESF).
Muitos dos problemas que a Cassi enfrenta no seu dia a dia são consequências de graves problemas externos à entidade de saúde dos trabalhadores do Banco do Brasil. Como operadora de planos de saúde, a Cassi precisa de uma Rede Complementar, ou seja, Rede Credenciada de hospitais e profissionais de saúde, setor que passa por grave crise estrutural e conjuntural, afetando muito mais autogestões que planos privados que visam lucro.
O mercado privado de planos de saúde, ou a Saúde Suplementar, é regulamentado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS. Acontece que este órgão regula apenas parte do setor de saúde, os planos de saúde. Não há uma regulamentação no setor de Saúde Complementar, ou seja, o conjunto de hospitais, clínicas, cooperativas médicas e profissionais de saúde que atuam vendendo serviços de saúde.
A Cassi está num segmento da Saúde Suplementar chamado de autogestão. Este segmento não visa lucro, é auto-patrocinado pelos associados, trabalhadores das empresas que os constituem, e é regulado pela ANS da mesma forma que são os planos privados que visam lucro.
A Caixa de Assistência sofre de maneira muito intensa a falta de Rede Credenciada em milhares de municípios brasileiros porque onde há uma família da comunidade Banco do Brasil, a Cassi deve disponibilizar profissionais de todas as especialidades, mas acontece que em muitos casos não há estrutura alguma de saúde naquela região.
O que ocorre então? Ao receber denúncias de participantes por qualquer falta de atendimento, a ANS aplica multas homéricas à Cassi. Além do tema judicialização, que tem sido pauta constante de preocupação no setor de saúde suplementar. Atualmente, são dezenas de milhões de reais provisionados pela Cassi por causa dessa questão de litígio entre associados e a própria Caixa de Assistência. Eu tenho feito um trabalho há dois anos de aproximar associados, entidades representativas e o Banco do Brasil das Unidades Cassi para tentar conscientizar para o melhor uso de nossa entidade de saúde.
Uma questão sempre presente na história da Cassi, desde que saiu do RH do Banco e passou a ser uma operadora de saúde de autogestão, gerida pelo patrocinador e pelos associados, é como encontrar um equilíbrio entre verticalizar sua estrutura de atendimento em um país continental, ou seja, ter unidades próprias em diversos locais com densidade populacional, e contratar por convênio até estruturas básicas, como médicos do trabalho e equipes médicas multidisciplinares, que compõem o modelo assistencial de Estratégia Saúde da Família (ESF).
Enfim, os gestores eleitos pelos associados e indicados pelo patrocinador Banco do Brasil têm uma tarefa difícil e importante ao buscar as melhores decisões todos os meses no Conselho Deliberativo e a todo instante na Diretoria Executiva.
Estamos à disposição dos novos representantes que chegaram à governança da Caixa de Assistência, indicados pelo BB e eleitos pelo Corpo Social, e seguimos muito focados nas tarefas de nossa Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento e no programa e princípios que nortearam o nosso debate e voto auferido no Corpo Social em 2014. Tenho toda a boa vontade para partilhar todo o conhecimento que adquiri nestes dois anos de estudos e gestão da Cassi.
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (eleito)
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