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23.6.16

Estudos: Cassi 1995





Relatório Anual 1995 - Leitura e observações

Comentário do blog

Estou como Diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, em mandato desde junho de 2014. A Cassi é um dos maiores patrimônios dos trabalhadores deste banco bicentenário e cuida da saúde de mais de 700 mil participantes.

As pessoas que conhecem minha trajetória de representação dos bancários desde 2002, quando fui eleito diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e região e depois fui ocupando outros espaços de representação eleito pelos trabalhadores, sabem que gosto de estudar a história das entidades e comunidades às quais pertenço para ter mais capacidade de representar os associados (ter lado) e propor soluções e inovações aos novos desafios que sempre surgem.

Quando cheguei à Cassi, enfrentei logo de cara uma dura realidade: a entidade já "represava" uma discussão de déficit operacional recorrente e histórico no plano de saúde dos funcionários. Ao se falar do assunto internamente e na comunidade BB, já se abordava a lógica pura e simples do "rever custeio", sem entrar numa discussão mais aprofundada de "Por que" ocorrem déficits. 

Como a nossa entidade de saúde recebeu algumas receitas extraordinárias ou novas receitas (ou redução de despesas via participações), entre 2007 e 2013, como por exemplo as contribuições advindas do BET do Plano 1 da Previ e a Reforma Estatutária de 2007, foi possível fechar exercício a exercício contábil absorvendo os déficits operacionais via consumo de resultados financeiros ou via consumo de reservas.

Li os relatórios anuais da Cassi naquela época da chegada à gestão e agora estou relendo com outros olhos, porque agora tenho mais experiência de gestor, conhecimento técnico e em breve vamos ter que efetivamente construir alguma solução consensada ou de maioria entre os dois patrocinadores, o Banco e os Associados, porque a Cassi é muito importante em nossas vidas e ela é maravilhosa quando sabemos o que a entidade já faz para cuidar de centenas de milhares de vidas todos os anos.

Deste relatório de 1995, que cito algumas questões interessantes, observa-se a manutenção pesada de déficit operacional como ocorreu em 1992, 1993 e 1994, consumo das reservas também de forma elevada, e uma decisão tomada pelos patrocinadores BB e associados, a partir de setembro de 1995, de gerar ingressos extraordinários a partir de rateio mensal do déficit operacional entre o Banco e os associados, enquanto se discutiria soluções que acabaram vindo meses depois com a nova Reforma Estatutária de 1996.

É isso, vamos seguir aprofundando os estudos e esperando a retomada das negociações atuais, e já reafirmando que estamos à disposição de todos para opinar, tanto ao Banco quanto às representações do funcionalismo e associados.

Minhas opiniões, sempre, são baseadas na minha visão do que é melhor para a Cassi e para os associados que representamos.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (eleito 2014/18)


ADMINISTRAÇÃO DE 1995

DIRETORIA

Presidência - Sebastião Fajardo Barbosa
Diretoria Administrativa - Edilson Almeida da Silva
Diretoria de Auxílios - Milton Donato May
Diretoria Deliberativa - Joilson Rodrigues Ferreira
Diretoria Deliberativa (Suplente) - Dinália de Mesquita

CONSELHO FISCAL

Membros Efetivos

Edson Nilton Veiga
Pedro Carlos de Mello
Francisco de Paula Machado Monteiro

Membros Suplentes

Fernando Alberto de Lacerda
Paulo Rochadel Lima


BALANÇO PATRIMONIAL = DÉFICIT DE R$ 53.624.112,22

RECEITAS BÁSICAS

Contribuições = 113.724.011,23

DESPESAS BÁSICAS

Auxílios Concedidos = 200.634.303,01


Receitas e Despesas básicas
anos de 1994 e 1995.

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTA 1: A CASSI E SUA FINALIDADE

"A Cassi - Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, sociedade civil e pessoa jurídica de direito privado, é uma instituição de assistência social, sem fins lucrativos, que tem como missão, prestar assistência integral à saúde dos usuários, com ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação, visando a melhoria da qualidade de vida dos associados, dependentes e beneficiários do sistema, observadas as disposições do RGA - Regulamento Geral de Auxílios e da TGA - Tabela Geral de Auxílios."


NOTA 5: PATRIMÔNIO LÍQUIDO

"O déficit apurado ao final do exercício de 1995, R$ 53.624.112,22 será apropriado ao Patrimônio Líquido no início do próximo exercício."


ANÁLISE FINANCEIRA

QUADRO DE ASSISTIDOS

"O Corpo Social é constituído por 130.498 funcionários do Banco e da Previ, da ativa e aposentados. Acrescido de 13.227 pensionistas, totaliza 143.725 contribuintes. Cabe ressaltar que além desse contingente, a Cassi presta assistência médico-hospitalar a 302.207 dependentes econômicos inscritos no Banco. Desse modo, o total de usuários da Caixa alcança o número de 445.932."


RECEITAS X DESPESAS (AUXÍLIOS)

"Até o mês de abril/95, permanecia a tendência de equilíbrio entre a arrecadação de contribuições e a concessão de auxílios observada após a instituição do Plano Real. Todavia, no mês de maio, as despesas tiveram um acréscimo de 16%, sofrendo no mês seguinte uma elevação de 20%, alcançando uma variação acumulada de 39% em relação a abril. Esta variação foi decorrente do reajuste nos preços dos contratos de convênios ocorridos nesses meses, conforme determinava a Medida Provisória 542, de 30/6/94, que criou o Plano Real. Após esta elevação, a despesa média que era de R$ 12.927.955 até abril, saltou em maio para R$ 16.908.799, alcançando a partir daí a média anual de R$ 16.528.693.

Relativamente ao exercício anterior, o déficit operacional de 1995 apresentou evolução de 48,45%. Esse recrudescimento do resultado negativo, por sua vez, acarretou maiores perdas nas reservas financeiras da Caixa do que no ano de 1994."


RECEITAS FINANCEIRAS

"(...) Contribuíram também para este resultado, a entrada de novos recursos através da contribuição adicional para a Cassi aprovada pelo Corpo Social, cujos ingressos sensibilizaram as aplicações financeiras à partir de mês de setembro/95."


Reserva Financeira 1994 x 1995.

RESERVA FINANCEIRA

(...)

"As perdas da reserva financeira foram minimizadas a partir de setembro/95, com o ingresso das contribuições adicionais aprovada pelo Corpo Social e pelo Banco, originando o rateio mensal do déficit operacional entre os associados da Cassi e o Banco.

A preservação efetiva da reserva financeira será obtida mediante a aprovação do Estatuto, que introduzirá um novo modelo de custeio da Cassi."

Comentário final do blog

Esse ano retratado no Relatório em questão, foi o ano que o governo da época (FHC/PSDB) aplicou o primeiro programa de eliminação de postos de trabalho nas famigeradas reestruturações e privatizações das empresas públicas.

Em 1994, tínhamos 163.696 contribuintes à Cassi e, ao final de 1995, já eram 143.725 pessoas, ou seja, 19.971 colegas associados a menos.

Eram 506.215 assistidos em 1994 e, em 1995, reduziu-se a população assistida para 445.932 pessoas, ou seja, 60.283 participantes a menos em 1 (um) ano.


Fonte: Relatório Anual Cassi 1995

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