COMENTÁRIOS DO BLOG:
A matéria faz parte de um conjunto de matérias que tem saído nos veículos de comunicação abordando os resultados obtidos após dois anos do Programa Mais Médicos.
Nesta da Carta Maior, observamos o quanto é importante a questão da acessibilidade e da Atenção Básica. Aumentaram o número de consultas e reduziram-se os números de internações, uma das contas mais caras dos sistemas de saúde.
Onde tem Estratégia Saúde da Família, tem redução no uso de emergências.
Enfim, não é possível fazer gestão em saúde, sem considerar modelos antes de discutir custeio.
O mesmo se dá na Caixa de Assistência. O Plano de Associados foi definido com uma receita fixa de 7,5% da remuneração de seus associados para custear um modelo de saúde com estrutura própria e focada na Atenção Integral à Saúde, com unidades de atendimento (CliniCassi) constituídas com equipes multidisciplinares (ESF) e com a finalidade de definir a Rede Referenciada de especialistas. O uso dos recursos é mais racional e a lógica é centrada na promoção de saúde, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação dos participantes.
Desde que cheguei eleito à Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento (junho/2014) tenho defendido o modelo - já votado e definido pelo Corpo Social e Banco do Brasil e não totalmente implantado - como solução de sustentabilidade do Plano de Associados. O mundo avançado sabe que o modelo é o melhor e agora até o mercado privado volta sua atenção ao modelo integrado porque o fragmentado, de gasto indiscriminado, não vem se sustentando mais.
A matéria mostra que onde o Programa Mais Médicos está funcionando em conjunto com o Programa Saúde da Família, as internações caíram 8,9%.
A título de exemplo, uma redução dessas nas internações da Cassi em 2014, fazendo promoção de saúde, equivaleria a uma economia da ordem de 131 milhões de reais.
Relatório Anual Cassi 2014, Nota 21, página 56:
Plano de Associados = R$ 802.236
Dependentes Ind. = R$ 30.767
Cassi Família = R$ 645.556
Total 2014 = R$ 1.478.559 x 8,9% de redução = R$ 131.591.751
Vou seguir firme naquilo que entendo ser o correto para a saúde da Cassi e dos Associados.
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento
(Matéria da Imprensa)Entre os 14 mil entrevistados que se beneficiaram do Mais Médicos em 2014, 55% deram nota 10 ao Programa Mais Médicos, e a média geral foi 9.
Carta Maior - 14/08/15
O Mais Médicos está conseguindo melhorar o acesso à Saúde nos municípios que aderiram ao programa. De acordo com dados da Rede Observatório do Programa Mais Médicos, nos municípios onde os médicos da iniciativa atuam, o número de consultas aumentou 33%, enquanto nos demais municípios o crescimento foi de 15%.
A Rede é formada por 14 instituições, incluindo 11 universidades federais, e fez a análise sobre os dados do período de janeiro de 2013 a janeiro de 2015 com pesquisadores observadores nas cinco regiões do País. Outro aspecto do impacto do programa na saúde da população foi a redução no número de internações e comprova o que era entendimento do Ministério de que a Atenção Básica é capaz de resolver 80% dos problemas de saúde da população sem necessidade de encaminhamento a hospitais.
Para o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Pinto, é uma surpresa ter resultados na Saúde com apenas dois anos do programa. “Dois anos é pouco tempo e já temos resultados tão positivos. A tendência é que os dados sejam ainda mais importantes no futuro”, analisa.
Nos municípios do programa, entre 2013 e 2014, o número de internações caiu 4% a mais que nas demais cidades. Esse índice chegou a 8,9% nas cidades em que o Saúde da Família, com a participação de profissionais do Mais Médicos, cobre mais de 36% da população do município. A expectativa é que em 2015 mais de 91 mil brasileiros deixem de ser internados.
Hêider lembra que durante o levantamento, os pesquisadores encontraram situações em os médicos do programa faziam procedimentos que não eram comuns serem feitos em postos de saúde, como sutura e retirada de unha. “Em outros locais, foi verificada queda de internações porque a atenção básica conseguiu resolver o problema de saúde e casos em que os médicos conseguiram identificar problemas graves que precisam de tratamento hospitalar, mas não eram encaminhados por falta de profissional para diagnosticar o problema”, exemplifica.
Atenção básica
A pesquisa mostrou também que o Mais Médicos aumentou a cobertura da Atenção Básica. Atualmente, a estratégia Saúde da Família chega hoje a 134 milhões de pessoas. A estratégia é formada por equipes multiprofissionais que atendem nos postos de saúde, mas também visitam as casas das famílias atendidas. “De fato a Atenção Básica e a estratégia Saúde da Família tinha parado de crescer e com o Mais Médicos conseguiu voltar a se expandir. A cobertura da atenção básica no Brasil estava estável e não crescia justamente porque faltava médicos para compor as equipes”, lembra Hêider.
A secretária de Saúde do Município de Trindade (GO), Gercilene Ferreira, testemunhou a mudança trazida pelo Mais Médicos e o impacto que traz para a saúde da população. Ao todo, o município agora tem 30 equipes de Saúde da Família, formada por multiprofissionais e 12 delas não contavam com um médico. Outras tinham médicos com carga horária reduzida (20 ou 30 horas semanais), e ainda permaneciam por alguns meses e iam embora. “Nós não conseguíamos atingir o objetivo da estratégia de criar um vínculo com a comunidade”, lembra.
Ela conta que, em 18 anos de serviço público, via o que geralmente ocorria nos municípios brasileiros, onde os prefeitos ofereciam salários altos, faziam concessões de horário, tudo para conseguir um médico. “Nosso município (Trindade) é próximo à capital Goiânia e mesmo assim tínhamos um déficit de 12 médicos”, conta. O município de Trindade tem 120 mil habitantes e ainda uma população 140 mil flutuante por causa do turismo religioso.
Trindade
A secretária Gercilene Ferreira lembra um exemplo de como a Atenção Básica pode diminuir o fluxo para os prontos-socorros. Foi durante o período chuvoso, quando houve aumento no número de casos de dengue. “Nós fazíamos nos postos de saúde o atendimento desses casos com hidratação, por exemplo, e não precisava mandar o paciente para a emergência”, conta.
O programa garantiu 16 médicos e o reconhecimento da comunidade. “Esse programa veio para ficar e a gente precisa dessa continuidade. As coisas que dão certo precisam ficar”, reforça.
Um dos médicos que atende esta comunidade é o gaúcho Luis Adriano Raiter formado em Madri, onde trabalhava e vivia com a mulher (também médica do Mais Médicos) e os filhos. Ele atende uma média de 400 pacientes mensalmente no consultório e faz visitas semanais. Nestes dois anos viu situações que o emocionaram, como de mães gestantes com último trimestre de gravidez sem nunca ter feito um pré-natal. “Tive uma paciente gestante que descobriu aos sete meses de gestação que estava com diabetes gestacional”, lamenta. A diabetes gestacional oferece risco de vida para mãe e para o bebê. “Queremos ficar no programa, completar os três anos e renovar por mais três”, conta.
Avaliação da UFMG
Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), encomendado pelo Ministério da Saúde, aponta que a melhoria dos serviços também foi sentida pela própria população e pelos gestores locais. Entre os 14 mil entrevistados em 2014, 55% deram nota 10 ao Programa Mais Médicos, e a média geral foi 9. Além disso, 85% disseram que a qualidade do atendimento médico está melhor ou muito melhor, 87% apontaram que a atenção do profissional durante a consulta melhorou e 82% afirmaram que as consultas passaram a resolver melhor os problemas de saúde. Os gestores deram nota 8,4 para a assistência à saúde em seus municípios e 91% acharam que os serviços melhoraram.
A infraestrutura na Atenção Básica também mostrou avanços significativos: 91% dos municípios do Brasil receberam repasse de recursos do Ministério da Saúde para construir novas UBS e qualificar a rede de unidades existentes por meio de obras de reforma e ampliação. Do total de 38 mil UBS avaliadas pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), ou seja, mais de 90% do total de unidades do Brasil, 71% passaram ou estão passando por obras de qualificação, sendo 77% com financiamento do Governo Federal.
Fonte: Carta Maior / Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde.
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