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13.5.15

Aberta negociação com o BB sobre a Cassi (Matéria Anabb)



(reprodução de matéria da Anabb)

Foi instalada nesta terça-feira, 12 de maio, mesa de negociação específica para discutir a sustentabilidade da Cassi, envolvendo o Banco do Brasil e entidades representativas de funcionários, da ativa e aposentados.

A abertura de negociações havia sido  solicitada pela CONTRAF e pela CONTEC e contou também com a participação da ANABB, FAABB, AAFBB, AFABB-SP e de representantes de cinco federações de sindicatos de bancários. O principal representante do BB à mesa foi o diretor da DIREF Carlos Eduardo Leal Neri. A partir da próxima reunião, a mesa contará também com a participação de dois dirigentes eleitos da Cassi.

Na abertura da reunião o diretor Carlos Neri expressou que a Cassi é muito importante para o Banco do Brasil, que não tem intenção de impor nada nesta negociação. Afirmou que na Cassi as decisões são todas colegiadas, não há voto de minerva. E que propostas que venham a ser colocadas à mesa que alterem o que consta nos estatutos da Cassi deverão ter a aprovação do Corpo Social.

Wagner Nascimento, da Contraf, afirmou que o objetivo das entidades presentes é viabilizar a sustentabilidade e a perenidade da Cassi, garantindo a todos os funcionários da ativa e aos aposentados um atendimento à saúde de alta qualidade. E reforçou a importância do princípio da solidariedade, pelo qual cada um paga de acordo com suas possibilidades e é atendido conforme suas necessidades. 

Nesta primeira reunião, o BB fez uma apresentação sobre números da Cassi que impactam a sua sustentabilidade, entre eles as despesas com internações, exames e consultas, comparando-os com os gastos das demais entidades de autogestão. 

Para o diretor do BB não é possível afirmar com segurança que os atuais 7,5% de contribuição, somadas a do BB (4,5%) e a dos participantes (3%), sejam insuficientes para custear a Cassi. Para ele, com o aperfeiçoamento da gestão da Cassi há muito espaço para reduzir desperdício sem retirar nenhum direito dos participantes.

O presidente da ANABB, Sergio Riede, contrapôs lembrando que diversas outras partes envolvidas podem fazer mais do que fazem hoje a favor da sustentabilidade da Caixa de Assistência. Além da própria gestão da Cassi, a ANS pode e deve tratar os planos de autogestão de forma diferente dos planos de mercado. O governo pode e deve rediscutir a tributação dos serviços de saúde, que é uma das mais onerosas do país. Os participantes também podem atuar menos como meros usuários da Cassi e mais como verdadeiros donos do plano de saúde, conferindo extratos, evitando exames desnecessários, ajudando a combater fraudes. E o Banco também pode contribuir mais com a Cassi ao colaborar para diminuir o impacto que a própria atividade bancária – reconhecida em diversos estudos como uma das mais estressantes - causa nos funcionários. Um exemplo seria adequar melhor a dotação das dependências.

Por fim, o BB apresentou aos participantes da mesa as consequências que a CVM 695 provoca no caso de aumento das contribuições do Banco. Segundo o diretor Neri, hoje o BB possui R$ 5,8 bilhões contabilizados como compromisso pós-laboral, ou seja, para o BB pagar as contribuições patronais dos atuais aposentados e dos que vierem a se aposentar. Para cada 1% de aumento em sua contribuição, o Banco teria, segundo o estabelecido na CVM 695, que aumentar em R$ 1,295 bilhão a sua provisão pós-laboral. Isso, segundo o diretor Neri, torna inviável qualquer elevação das contribuições do patrocinador.

Os representantes dos funcionários registraram que uma das premissas desse processo negocial é que a Cassi precisa ter sustentabilidade para atender todas as demandas de saúde dos funcionários da ativa e dos aposentados, por toda a sua vida. O representante do Banco registrou sua concordância com a premissa, incluindo a de que isso não poderia significar uma redução na capacidade operacional do BB. E disse que acredita ser possível conciliar essas duas premissas.

Diversos representantes das entidades participantes da mesa fizeram registros e questionamentos, respondidos pelo BB e ficaram de apresentar sugestões que atendessem a essas premissas na próxima reunião. Perguntado se o Banco teria proposta para apresentar, o diretor Neri respondeu que sim, mas que só apresentaria nas próximas reuniões.

Ficou agendado novo encontro para a próxima terça-feira, 19 de maio.


Fonte: Anabb

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