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20.4.15

Estudos: Cassi 2008


(reprodução do texto original)

Relatório Anual - Apresentação


A Cassi registrou superávit de R$ 262,3 milhões em 2008, sendo R$ 163,7 milhões do plano Cassi Família e R$ 98,6 do Plano de Associados. Excluída a contribuição extraordinária efetuada pelo Banco do Brasil ao Plano de Associados, em razão do acordo que levou à última reforma estatutária da Caixa de Assistência, o resultado líquido apurado em 2008 foi superior ao verificado em 2007, em 18,75%.

As contribuições extraordinárias efetuadas pelo BB foram de R$ 52,7 milhões em 2008 e de R$ 150 milhões no ano anterior. Descontados esses valores, o Plano de Associados obteve resultado líquido de R$ 45,8 milhões, em 2008, contra R$ 38,9 milhões de 2007. Quanto ao Cassi Família, houve, também, crescimento nos resultados apresentados, com superávit de R$ 163,7 milhões, em 2008, e de R$ 137,5 milhões, no ano anterior.

O que é mais importante: o equilíbrio financeiro da Cassi foi obtido sem sacrificar os níveis de abrangência e qualidade dos serviços oferecidos aos participantes. Ao contrário, no ano de 2008 novos procedimentos de saúde passaram a ser cobertos pela Caixa de Assistência. Além da busca pelo equilíbrio financeiro, promovemos ajustes estruturais para que a Entidade seja mais eficiente e direcionada ao atendimento qualificado ao participante. Queremos que você perceba que a sustentabilidade financeira que conquistamos está se transformando em aperfeiçoamento de nossos serviços.

Esses objetivos se alcançam, principalmente, com a melhoria da produtividade e a racionalização dos serviços de saúde. Com esse princípio, implementamos a nova arquitetura organizacional para direcionar mais recursos orçamentários e humanos ao atendimento e ao cuidado da saúde dos participantes. Como resultado dessa iniciativa, todo Estado passa a ter uma de nossas Unidades, com pelo menos uma CliniCassi, e a Estratégia Saúde da Família (ESF) se aperfeiçoa, buscando atender maior número de municípios do interior do país e maior quantidade de participantes.

Para que nossa oferta de serviços seja mais adequada às necessidades dos participantes, realizamos pesquisa de avaliação da rede credenciada. As opiniões recebidas de beneficiários de todo o País são parte da análise que levará ao redimensionamento dessa rede. Obtivemos também outro importante conjunto de informações de nossos beneficiários, por meio da campanha de recadastramento, que nos permite conhecer melhor as pessoas que utilizam os nossos serviços e direcionar soluções para a população assistida.

Os investimentos em aprimoramento tecnológico foram outra vertente na busca por melhor produtividade. Implementamos uma série de medidas para a modernização da Central de Atendimento da Cassi. Adquirimos uma Unidade de Resposta Audível (URA), com funcionalidades modernas de automação do atendimento que possibilitam o acolhimento das demandas dos participantes com maior agilidade. Investimos também no chamado site de contingência, recurso tecnológico que garantirá o funcionamento ininterrupto e seguro dos sistemas da Cassi, permitindo acesso contínuo aos nossos serviços.

A autorização eletrônica de procedimentos efetuados pelos participantes e o pagamento automatizado são uma realidade na Caixa de Assistência. O modelo adotado permitiu ganhos, com segurança, no processamento de contas, apesar do incremento expressivo nas quantidades de guias recebidas em 2008. Além da autorização e faturamento eletrônicos, a Cassi investiu na fusão das Centrais de Pagamentos, possibilitando a otimização dos recursos e a padronização de procedimentos.

Sabemos que, para o alcance de nossos objetivos, dependemos do comprometimento de nossos funcionários. Reformulamos o Plano de Cargos e Salários, de forma a adequá-lo à nova arquitetura organizacional e aos padrões de remuneração praticados pelo mercado. A qualidade dos serviços oferecidos pela Cassi é proporcional à satisfação e à dedicação dos nossos colaboradores.

Em 2008, estruturamos a Caixa de Assistência para que a Entidade possa aliar solidez e atendimento de qualidade. Os desafios do sistema suplementar de saúde permanecem, com a elevação crescente dos custos em saúde advindos principalmente da utilização de novas tecnologias. A crise financeira veio se somar a esse cenário, fato que torna nossa missão para os próximos anos ainda mais complexa. Para enfrentarmos essa realidade, permaneceremos investindo na eficiência da gestão de nossa Entidade, nos processos de negociação com os prestadores da rede credenciada e na melhoria contínua do atendimento aos nossos participantes.

A relação entre a Caixa de Assistência e seus associados precisa ser pautada pela transparência. Por isso nosso empenho em elaborar um Relatório detalhado para que você possa avaliar o trabalho realizado por esta Diretoria na gestão 2008, que teve como finalidade a melhoria constante dos serviços oferecidos, a sustentabilidade dos planos e a perenidade da Cassi.

Boa leitura,

A Diretoria.


Conselho Deliberativo

- Maria das Graças C. Machado Costa (presidente)
- Roosevelt Rui dos Santos (vice-presidente)

- Ana Lúcia Landin (titular)
- Carlos Frederico Tadeu Gomes (titular)
- Antonio Sérgio Riede (titular)

- Fernando Sabbi Melgarejo (titular)
- Marcel Juviniano Barros (titular)
- Solon Coutinho de Lucena Filho (titular)

- Carlos Célio de Andrade Santos (suplente)
- Cláudio Alberto Barbirato Tavares (suplente)

- Íris Carvalho Silva (suplente)
- Jandyra Pacheco Barbosa (suplente)
- João Vagnes de Moura Silva (suplente)
- Maria do Carmo Trivizan (suplente)
- Milton dos Santos Rezende (suplente)

- Denise Lopes Vianna (até maio de 2008)
- Geraldo Brandi Regato Filho (até março de 2008)
- Geraldo Pedroso Magnanelli (até maio de 2008)
- Marcelo Gonçalves Farinha (até maio de 2008)

Conselho Fiscal

- Marcelo Gonçalves Farinha (presidente)
- Flávio Alexandre ferreira de Medeiros (titular)
- Francisco Henrique Pinheiro Ellery (titular)
- Gilberto Antonio Vieira (titular)
- Sérgio Iunes Brito (titular)
- Ubaldo Evangelista Neto (titular)

- Elington José de Morais (suplente)
- Luiz Roberto Alarcão (suplente)
- Marcelo de Andrade Ribeiro (suplente)
- Marco Antonio Resende (suplente)
- Marcos José Ortolani Louzada (suplente)
- Wagner de Siqueira Pinto (suplente)

- Ana Lúcia Landin (até maio de 2008)
- Carlos Célio de Andrade Santos (até maio de 2008)
- Fernando Sabbi Melgarejo (até maio de 2008)
- Iris Carvalho Silva (até maio de 2008)
- João Ângelo Loures (até maio de 2008)
- Urbano de Moraes Brunoro 
(até maio de 2008)
- Agostinho de Oliveira Mello (até maio de 2008)
- Daniela Goes Valadão (até maio de 2008)
- Décio Bottechia Júnior (até maio de 2008)
- Francisco Alves e Silva (até maio de 2008)
- João Wagnes de Moura Silva (até maio de 2008)
- Maria do Céu Brito (até maio de 2008)

Diretoria Executiva

- Carlos Eduardo Leal Neri (Presidente)
- Roberto Francisco Casagrande Herdeiro (Diretor de Administração e Finanças)
- Denise Lopes Vianna (Diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes - a partir de junho de 2008)
- Douglas José Scortegagna (Diretor de Saúde e Rede de Atendimento)
- José Antonio Diniz de Oliveira (Diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes - até maio de 2008)

Fonte: Relatório Anual 2008, site da Cassi

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COMENTÁRIOS DO BLOG (atualizados em 23/4/15):

- Os sublinhados são marcações do Blog;

- ESF: a população cadastrada foi ampliada para 139.871 para uma população total do Plano de Associados de 405.600 vidas, o que dá uma porcentagem incluída na ESF de 34,5%;

- Crescimento do cadastro de participantes na ESF de 2007 para 2008: 5,78% (132.220 em 2007 e 139.871 em 2008)

É necessário uma dura crítica nesta questão. A implantação da ESF cresceu ano a ano entre 2004 e 2007 e justamente quando a Cassi recebe receitas novas estatutárias e aporte exclusivo (R$ 150 milhões + 52,7 milhões) para esse fim e para recompor reservas do Plano de Associados, o modelo de Atenção Integral à Saúde pára de crescer no ritmo dos anos anteriores, quando não havia recursos suficientes.

Ano.... cadastrados....cresc./ano.....Plano Associados....% total P.A.

2004.........42.659..................................400.506...............10,65%

2005.........75.000..........75,0%..............403.600...............18,58%

2006........104.584.........39,4%..............400.879...............26,09%

2007........132.220.........26,4%..............402.602...............32,84%

2008........139.871..........5,8%...............405.600...............34,50%

É lamentável tal constatação;


- RESULTADO OPERACIONAL DO PLANO DE ASSOCIADOS

2004 = (43,8 milhões)

2005 = (81,2 milhões)

2006 = (122,5 milhões)

2007 = 180 milhões (?) (Res. Líq. = 188,9 milhões)

Resultado 2007 foi superavitário como diz a Diretoria? Em quanto? Medidas colocaram Plano no caminho da sustentabilidade?

2007 = 180 milhões (superávit operacional), mas está incluído 11,8 milhões (assunção Dependentes Indiretos), menos 150 milhões (1ª parcela do aporte marcado para investir na ESF). O resultado seria de 30 milhões.

2007 = seria 30 milhões

2008 = 61,8 milhões (Res. Líq. = 98,6 milhões)

2008 = seria 9,1 milhões


RESULTADO LÍQUIDO 2008

"A Cassi registrou superávit de R$ 262,3 milhões em 2008, sendo R$ 163,7 milhões do plano Cassi Família e R$ 98,6 do Plano de Associados. Excluída a contribuição extraordinária efetuada pelo Banco do Brasil ao Plano de Associados, em razão do acordo que levou à última reforma estatutária da Caixa de Assistência, o resultado líquido apurado em 2008 foi superior ao verificado em 2007, em 18,75%."

Informação da Diretoria na página 35 do Relatório Anual:

"Excluídas as contribuições extraordinárias do Banco do Brasil, conforme apresentado adiante, o resultado líquido de 2008 foi superior ao exercício anterior em 17,55%" (45.815 milhões 2008 e 38.975 milhões em 2007)


COMENTÁRIO: eu entendo que essa informação é um pouco ufanista porque esse resultado líquido está composto da seguinte maneira:

22,5 milhões de resultado financeiro, que foi 189% maior que antes (porque a Cassi recebeu os aportes carimbados para avançar na Atenção Integral/ESF).
+
14,0 milhões foram provenientes de acerto na participação patrimonial na CBGS (Orizon).

Ou seja,

Se tirarmos esses 36,5 milhões extras do resultado, teremos somente 9,3 milhões, o que é muito menor que os 38 milhões do ano anterior (2007).


RESULTADO OPERACIONAL 2008

"As contribuições extraordinárias efetuadas pelo BB foram de R$ 52,7 milhões em 2008 e de R$ 150 milhões no ano anterior. Descontados esses valores, o Plano de Associados obteve resultado líquido de R$ 45,8 milhões, em 2008, contra R$ 38,9 milhões de 2007." (comentário acima)

Os 61,8 milhões de resultado operacional estão com 52,7 milhões de aporte (1ª parcela). Como demonstramos acima, o resultado líquido tem entradas extraordinárias e seria menor que 2007 sem isso.

NA MINHA OPINIÃO, a conclusão através dos números 2007 e 2008 em relação ao Plano de Associados nos mostra que ele continua "comendo" reservas porque o problema estrutural é também o modelo de saúde fragmentado e não o integral para o conjunto dos participantes.


PLANO DE ASSOCIADOS

Reservas financeiras

2006 = 122 milhões

2007 = 373 milhões (sendo 7,8 resultado financeiro - pág. 40)

150+64,5 (13º)+18,5 (4,5% pós-1998)+11,8 (DI)=244,8

ou seja,

373-
244,8
128,2 (é praticamente 122 (2006) + res. financeiro.)

2008 = 463 milhões (sendo 22,5 resultado financeiro - pág. 45)

52,7+14 (CBGS)=66,7 é receita extra

As reservas cresceram em 2008, 90 milhões (463-373). Mas 66,7 é aporte e extra. Então cresceu = 23,3 milhões

Nesses 23 milhões estão incluídas todas as novas receitas estatutárias que em 2007 foram de 94,8 milhões (13º+pós/1998+DI).


CONCLUSÃO DESSAS ANÁLISES

Fica claro que a questão do equilíbrio do Plano de Associados e da sustentabilidade não está acontecendo já em 2008 e, para completar o quadro negativo das operações Cassi, a ESF deixou de avançar no ritmo em que vinha antes de receber o aporte específico e as receitas novas para isso.

Essa é a leitura de William Mendes, Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (2014/18)


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