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16.4.15

Estudos: Cassi 2007 (II)


Mais comentários do blog analisando os números e a forma como a Diretoria apresentou o Relatório Anual daquele ano de 2007.


Trechos da apresentação da Diretoria:


"A Cassi registrou superávit de R$ 326,5 milhões em 2007, sendo R$ 137,5 milhões do Cassi Família e R$ 189 milhões do Plano de Associados, considerados os R$ 150 milhões repassados pelo Banco do Brasil em novembro de 2007."


(...)


"As medidas estruturantes implementadas com a aprovação do novo estatuto mudaram a trajetória deficitária do Plano de Associados, fato que trouxe uma melhora expressiva no desempenho da Caixa de Assistência, que havia apresentado, em 2006, resultado negativo de R$ 22,6 milhões."


(...)


"Mesmo sem o repasse financeiro do BB, as contas do Plano de Associados ficariam positivas em R$ 37,9 milhões (já excluídos juros sobre aplicação financeira), em virtude das medidas da reforma estatutária. Foram R$ 11,8 milhões vindos do acordo pelo qual o Banco do Brasil assumiu o déficit dos dependentes indiretos. A contribuição pela patrocinadora de 4,5% sobre o salário dos funcionários admitidos a partir de 1998 aumentou as receitas em R$ 18,5 milhões. Já as contribuições pessoais e patronais sobre o 13º salário permitiram a contabilização de mais R$ 64,5 milhões em receitas.


Sem o impacto financeiro da reforma estatutária, o Plano de Associados voltaria a apresentar déficit, no valor de R$ 57,6 milhões, em 2007.

Os números de 2007 confirmam nossa previsão, feita quando o novo Estatuto foi submetido à aprovação do Corpo Social, de que as medidas estruturantes colocariam o Plano de Associados no caminho da sustentabilidade."



COMENTÁRIOS DO BLOG (atualizado em 21/09/16)

"as medidas estruturantes colocariam o Plano de Associados no caminho da sustentabilidade" (mensagem da Diretoria em 2007)

Esse fato não aconteceu e é preciso analisar o porquê. Assim que chegamos à Direção da Cassi em junho de 2014, eleito para a Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento, procuramos buscar os motivos que levaram a Caixa de Assistência a passar por nova crise de desequilíbrio financeiro no Plano de Associados.

Os fatores causadores de altos custos do setor já existiam e vimos isso dito pelas direções: aumento da expectativa de vida da população, inflação médica maior que inflação do custo de vida, absorção dos altos custos de tecnologia etc.

Uma das conclusões a que chegamos é que a tarefa definida pelo Corpo Social e pelo Banco do Brasil em 1996, 2001 e 2007 (missão e modelo preconizados no Estatuto e normativos internos) não foi alcançada, ou seja, o objetivo de implantar na totalidade o Modelo de Atenção Integral à Saúde, que na entidade se dá através da Estratégia Saúde da Família (ESF)

O modelo de promoção de saúde e prevenção de doenças faz parte dos sistemas integrados que são mais racionais e com melhores resultados, tanto sanitário quanto econômico-financeiro.


DÉFICIT OPERACIONAL DO PLANO DE ASSOCIADOS (de acordo com os relatórios)

2004 = (43,8 milhões)

2005 = (81,2 milhões)

2006 = - 122,5 milhões (pág. 27)

2007 = 180 milhões? (página 27) 

Resultado foi superavitário como diz a Diretoria? Em quanto? Medidas colocaram Plano no caminho da sustentabilidade?

2007 =  nos 180 milhões de superávit no Plano de Associados está incluído o ressarcimento de 11,8 milhões dos Dependentes Indiretos (Banco ressarce o déficit do grupo), e também estão os 150 milhões da 1ª parcela do aporte negociado para repor reservas e investir na ESF. 

O resultado operacional sem considerar o aporte, porque ele deveria, na minha opinião, ter tido destinação específica e não ser tratado como receita operacional livre, seria de 30 milhões.

2007 = seria 30 milhões



Dentro dos 30 milhões "superavitários" estão os 83 milhões de receitas novas estatutárias aprovadas juntamente com o aporte de 300 milhões em 4 vezes para a Cassi avançar no modelo de sistema de saúde preconizado no Estatuto de 1996 e aprovado internamente a partir de 2001 e o ressarcimento de 11,8 milhões dos Dependentes Indiretos. 

Entre 2005 e 2007, os negociadores representantes do Corpo Social, e eu (William Mendes) representava a Fetec CUT SP, defendemos no processo que o aporte era carimbado. O Corpo Social aprovou o conjunto da proposta, que incluiu a previsão de Plano Odontológico arcado pelo Banco e como direito de saúde na Cassi, tão logo o equilíbrio fosse alcançado.

Essas receitas novas estatutárias e o aporte financeiro compuseram as determinações do Corpo Social para a Cassi que deveria existir hoje com o sistema de Atenção Integral à Saúde para o conjunto dos participantes:

64,5 milhões (13º salário) +18,5 milhões (4,5% pós-1998)
=
83 milhões (ano 2007)

Quando o Banco do Brasil afirma na atualidade que não tem mais compromisso algum com o Plano de Associados da Cassi além da contribuição de 4,5% sobre a folha de pagamento (ativa + aposentados) é uma interpretação questionável.

A ordem dada aos gestores da Cassi (gestão compartilhada BB e Corpo Social) foi para eles terminarem a implantação do modelo de Atenção Integral, via ESF e CliniCassi. (os gestores desde 2007 não cumpriram a missão a eles determinada)

Pudemos verificar isso analisando os relatórios anuais da Cassi ano após ano entre 2007 e 2014...

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi (Mandato 2014/18)

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