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23.12.10

"JUSTIÇA PROÍBE GREVE DOS AEROVIÁRIOS": NÃO PENSEM COMO PASSAGEIROS DE AVIÃO, PENSEM COMO TRABALHADORES!

Ponto de vista:


Como dirigente sindical CUTista e secretário de formação da categoria bancária gostaria de lembrar aos meus camaradas dirigentes sindicais e também aos bancários que lembrem-se do que significa a interferência na luta de uma categoria em campanha salarial por parte da Justiça do Trabalho e da estrutura criada por Getúlio Vargas e mantida até hoje por NÃO ter havido Reforma Sindical.


Peço que reflitam caso tenham "comemorado" a proibição do uso do direito de greve de uma categoria, por parte da Justiça do Trabalho - TST - e do Governo Federal no embate entre os trabalhadores aeroviários e aeronautas versus seus patrões, ou seja, o velho embate entre Capital x Trabalho.


Peço que não pensem somente como um passageiro de avião e sim como um trabalhador que sempre tem a justiça do trabalho contra si na hora que ele está em luta por melhores salários e condições de trabalho.


Essa mesma interferência por parte da estrutura sindical e trabalhista atual sempre prejudicou e lesou a categoria bancária. Não podemos perder de vista o que significa os trabalhadores não poderem usufruir de seu direito de organização e greve quando os patrões (o Capital) estão insensíveis às suas reivindicações - que neste caso dos aeroviários, por sinal, parecem bastante justas pelo que pude acompanhar no período.


Há que se lamentar que, neste momento, mais uma categoria profissional tenha que abster-se de lutar sob risco de quebra total de sua estrutura sindical com multas milionárias para que não façam o que devem fazer - LUTAR!


Sempre vimos a mesma atitude cada vez que trabalhadores reivindicam a sua fatia nos resultados auferidos pelos capitalistas da exploração do trabalho.


Hoje os aeroviários não podem fazer greve, ontem e amanhã os bancários é que não podiam ou não poderão, depois os professores, funcionários públicos, etc etc.


SÓ PEÇO QUE SEMPRE QUE A "JUSTIÇA" E O "GOVERNO" INTERFIRAM NAS NEGOCIAÇÕES ENTRE TRABALHADORES E PATRÕES (CAPITAL X TRABALHO) LEMBREM-SE DE QUE SOMOS SINDICALISTAS CUTISTAS E DESDE A NOSSA ORIGEM SOMOS CONTRÁRIOS À ESSA INTERFERÊNCIA E TUTELA DO ESTADO.

William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT



Nota da CUT que vi agora há pouco no site:



Empresas aéreas tentam jogar seus erros nas costas dos trabalhadores


23/12/2010

Patrões nada fizeram para evitar greve

Escrito por: Isaías Dalle

O presidente da CUT, Artur Henrique, avalia que o atual embate envolvendo os aeroviários e aeronautas e as empresas aéreas deixou bastante evidente a tentativa das empresas de “jogar nas costas dos trabalhadores a responsabilidade pelos erros de gestão e pelo desrespeito aos consumidores que elas vêm cometendo ao longo dos últimos anos”. Para ele, o comportamento das empresas durante o processo de negociação com os sindicatos mostrou que elas não tentaram em nenhum momento evitar a greve.

Artur, que passou parte do dia de ontem (22) dialogando com os ministros Nelson Jobim (Defesa), Luiz Dulci (Secretaria Geral), Gilberto Carvalho (chefe de Gabinete da Presidência) e com Celso Klafke (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil, filiada à CUT), afirma que as equipes de bordo e as equipes de terra estão sobrecarregadas, acumulam escalas acima da recomendação de normas internacionais e são, não raro, chamadas às pressas pelas empresas para plantões não previstos.

“Esses são sinais claros de que as empresas estão precisando contratar trabalhadores”, considera o presidente da CUT. Ele lembra ainda que, quanto à questão salarial, as empresas chegaram a fazer uma proposta considerada “ridícula”, de apenas 0,5% de aumento acima da inflação.

Justiça do Trabalho – Artur também criticou o posicionamento da Justiça, que “impediu, fora do que prevê a legislação, a livre negociação entre as partes e o livre exercício de greve”. O TST determinou que 80% da categoria permaneçam em atividade. Em outra decisão, a Vara da Justiça Federal de Brasília decidiu proibir a greve até o dia 7 de janeiro. E a Delegacia Regional do Trabalho definiu multa de R$ 500 mil por dia ao sindicato em caso de greve.

“Os juízes pensaram em tudo isso, mas não pensaram em nenhuma decisão quanto aos trabalhadores. Sequer definiram um percentual de reajuste, nem se pronunciaram”, critica Artur.

Fonte: CUT

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