Comando repudia práticas antissindicais e reafirma disposição de negociar
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, remeteu nesta segunda-feira, dia 4, uma carta ao presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, repudiando as práticas antissindicais adotadas pelos bancos, como o uso dos interditos proibitórios, e reafirmando a disposição de negociar. O envio do documento foi aprovado e encaminhado após a reunião do Comando Nacional, realizada na sede da Confederação, em São Paulo.
Na correspondência, o Comando Nacional repudia "a maneira pela qual a Federação Nacional dos Bancos vem conduzindo o processo negocial deste ano, caracterizado por evidente descaso com as reivindicações apresentadas pela categoria bancária, e uma acentuada prática antissindical".
Os bancários denunciam o descumprimento por parte das empresas do artigo 224 e seguintes da CLT, ao convocarem empregados a "alterar seu horário de trabalho para ingresso nas agências e departamentos durante a madrugada", para enfraquecer o movimento grevista.
"Lembramos que a greve é instrumento legal e que a lei nº 7.783/89 prevê em seu artigo 6º a realização de piquetes como meio de convencimento dos trabalhadores frente à intransigência das instituições financeiras, que se recusam em apreciar com seriedade as reivindicações levadas pela categoria por meio do Comando Nacional dos Bancários", afirma o texto, denunciando a orientação da entidade patronal para que os bancos utilizem novamente a interposição de interditos proibitórios como forma de prejudicar o movimento grevista.
O interdito é um instrumento jurídico que passou a ser utilizado de forma distorcida pelos bancos, prejudicando os movimentos grevistas e o próprio direito de organização dos trabalhadores, uma vez que as multas impostas representam ameaça às finanças das entidades sindicais.
"É uma distorção praticada pelos departamentos jurídicos dos bancos. A greve dos trabalhadores não visa em nenhum momento tomar posse dos estabelecimentos, mas apenas mobilizar os bancários para que exerçam seu direito constitucional de greve", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "As ações muitas vezes encontram guarida no Judiciário, mas cada vez mais juízes trabalhistas têm decidido em favor dos trabalhadores", salienta.
Fonte: Contraf-CUT
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