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29.9.10

Greve dos bancários fecha cerca de 20% das agências do país, diz sindicato




29/09/2010 - 12h22 / Atualizada 29/09/2010 - 19h23


Silvana Mautone - Da Redação Uol, em São Paulo

Cerca de 20% do total de agências bancárias no país ficaram fechadas nesta quarta-feira no primeiro dia de greve. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), pelo menos 3.864 agências não prestaram atendimento ao público. De acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), existem aproximadamente 19.800 agências no Brasil.

Segundo a Contraf-CUT, o primeiro dia de greve teve uma adesão maior do que no ano passado, quando 3.585 agências foram fechadas. Em 2009, a greve durou 15 dias, sendo que, na Caixa Econômica Federal (CEF), chegou a 28 dias.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, 16 mil dos cerca de 130 mil bancários da sua base aderiram à paralisação - cerca de 12%.

Já o Sindicato dos Bancários de Curitiba informou que cerca 14,4 mil trabalhadores aderiram à greve na região, o que significa adesão de 80% da categoria na capital paranaense e em municípios vizinhos.

A Fenaban divulgou nota no final da manhã desta quarta-feira pela qual afirma que respeita o direito de greve, mas que não irá admitir "piquetes contratados que barram o acesso da população às agências e postos bancários".

A Fenaban indica como alternativas para pagar as contas e fazer operações o atendimento via caixas eletrônicos ou pela internet. Também é possível usar os 140 mil postos de correspondentes bancários pelo país – como loterias, supermercados e agências dos Correios.

A paralisação por tempo indeterminado foi decidida na noite de terça-feira (28) em assembleias. Os bancários rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 4,29%.

REIVINDICAÇÕES

Entre as reivindicações, os bancários pedem aumento de 11% (7% de aumento real, mais 4,29% de reposição da inflação medida pelo INPC), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil fixos, aumento dos pisos salariais e dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação e do auxílio creche.

"Isso demonstra a indignação dos bancários com a postura dos bancos. Nós advertimos na mesa de negociações que eles estavam empurrando a categoria para a greve ao propor apenas os 4,29% e rejeitar todas as demais reivindicações, mesmo apresentando um crescimento médio no lucro de 32% no primeiro semestre”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, em nota divulgada a imprensa.

Segundo a entidade, somente os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) tiveram lucro líquido de R$ 21,3 bilhões nos primeiros seis meses do ano. “Com esses resultados, conseguidos em grande medida pelo esforço e pelo aumento da produtividade dos bancários, é inaceitável a intransigência dos banqueiros”, diz Carlos Cordeiro.

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que está sendo negociada com os bancos inclui todos os 470 mil bancários do país, que têm data-base em 1º de setembro. Desde 2004, a categoria recebe aumentos reais de salário.

BANCOS

A Fenaban afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que espera uma contraproposta dos bancários e que já propôs reajuste “partindo da reposição de 4,29%, correspondentes aos índices da inflação, na busca do percentual final”.

Na nota, a entidade afirma que a média salarial da categoria é de R$ 4.111,00, “uma das maiores do país”. Além disso, diz que a jornada de trabalho é reduzida em relação às outras categorias, já que é de 30 horas semanais, cinco dias por semana, enquanto para outras categorias a jornada é de 44 horas semanais.


Fonte: Uol - com informações da Agência Brasil

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