PROGRAMAÇÃO 4º DIA, quinta-feira.
- Leis trabalhistas e sindicatos na Era Vargas (1930-9145)
- Sindicatos no Intervalo Democrático (1946-1964)
- Movimento Sindical durante a ditadura militar (1964-1985)
MATERIAIS
15) Música: Apesar de você - Composição de Chico Buarque de Hollanda
16) Texto: Papo-cabeça no msn - José Roberto Torero
17) Texto: 28 de agosto, Dia do Bancário
18) Artigo de jornal sobre a manipulação da inflação em 1973
19) Texto: Política salarial e negociação coletiva no Brasil: do golpe militar ao Plano Collor - Carlindo Rodrigues de Oliveira
20) Charges: Constituinte e planos de estabilização
21) Texto: Direitos sociais na Constituição Cidadã: um balanço de 21 anos - Carlindo Rodrigues de Oliveira e Regina Coeli de Oliveira
Material nº 15
Texto: Papo-cabeça no MSN - José Roberto Torero
Fê: E aí?
Dado: firmeza. E aí?
Fê: Show de bola. Fez o Homework?
Dado: Que homework?
Fê: O que a profe pediu.
Dado: Putz, caraca! A de história, né?
Fê: Só.
Dado: Que saco, esqueci! Qual era a bagaça mesmo?
Fê: Espera que eu vou ver.
...
Dado: Achou?
Fê: Espera, pô! Ah, tá aqui: "diga por que o dia 31 de março mudou a história do nosso país."
Dado: Tem ideia?
Fê: Nadica.
Dado: Então a gente se fala tipo daqui a pouco. Bj.
Fê: Bj.
(Meia hora depois...)
Fê: E aí, foi no Google?
Dado: Fui. E vc?
Fê: Total.
Dado: Matou a charada?
Fê: Matei.
Dado: Então fala aí, gata, por que o 31 de março mudou a história do nosso país?
Fê: Se liga: no dia 31 de março de 1889 a Torre Eiffel foi dedicada à cidade de Paris.
Dado: Bizarro. Mas o que isso tem a ver tipo com o Brasil?
Fê: Ah, sei lá! Antes não tinha a torre, entendeu? Aí os brasileiros não entravam numas de ir pra fora, conhecer o mundo. Fez a torre, aí abriu pra ir, visitar e os caras começaram a viajar. Por isso que tem tanto brazuca lá fora, tá ligado?
Dado: Louco.
Fê: Você achou algum treco?
Dado: Uma pá de coisa!
Fê: Fala uma.
Dado: Tipo, eu achei que nesse dia, em 1492, uns reis lá expulsaram os judeus da Espanha.
Fê: E aí? Onde que o Brasil entra nessa?
Dado: É que aí os judeus tiveram que ir pra Alemanha, o Hitler caiu em cima dos caras e eles vieram pra cá.
Fê: Pra Higienópolis?
Dado: Tudo a ver.
Fê: Sabe, cara, tô achando que pode ser outra coisa.
Dado: Tipo o quê?
Fê: É que eu também achei isso, ó: no dia 31 de março de 1900 saiu o primeiro anúncio de carro da história. Era uma firma da Filadélfia, meu, e eles publicaram o anúncio num jornal que chamava Saturday Evening Post. Vai ver é isso, porque aí os brasileiros acharam o anúncio o maior chique, começaram a comprar carro e acabou dando esses congestionamentos.
Dado: Sei não, nada a ver... Eu estou numa de que é uma coisa mais... sabe?, um troço mais zoado.
Fê: Mas, meu!, o quê?
Dado: Sei lá, um treco tipo guerra, entende?
Fê: Nadica.
Dado: Eu li num lugar aí que teve uma revolução aqui.
Fê: Aqui? No bairro? Xi, agora só vou sair na rua de capacete.
Dado: Pô, gata, é sério!
Fê: Rs, rs, rs, rs.
Dado: Olha só: parece que teve uma revolução mesmo, tipo um negócio com general.
Fê: Se liga, vc acha que teve guerra aqui?
Dado: Pô, de repente teve, sei lá...
Fê: Com esse negócio de espião, granada, metralhadora? Você pirou! Daqui a pouco vc vai dizer que torturaram neguinho.
Dado: Pode ser. Que nem fizeram no Iraque. Eu vi no YouTube.
Fê: Aí, meu, sei lá... pra mim isso é viagem sua.
Dado: Pô, a gente fica com o que, então?
Fê: Paris, meu. Relaxa que é aquele lance da Torre Eiffel.
Dado: Tá bom, vou na sua. Me atacha a sua pesquisa que eu colo no arquivo.
Fê: Tá indo... Tá indo... Foi.
Dado: Valeu. Agora eu vou jogar umas duas horas de Mortal Annihilation.
Fê: E eu vou dar um rolê no Shopping. Blz?
Dado: Blz.
José Roberto Torero é escritor, roteirista de cinema e TV. (Pequeno Dicionário Amoroso, Retrato Falado)
----------------------------
Material nº 17
Texto: 28 de agosto, Dia do Bancário
Lei Nº 4.368, 23/07/1964
Os trabalhadores bancários, no dia 28 de agosto, comemoram o seu dia.
Em 1951, os bancários brasileiros decidiram inovar na luta por reivindicações salariais e por melhores condições de trabalho. A mobilização da categoria seria unificada nacionalmente. As principais reivindicações pediam reajuste de 40%, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço. As sucessivas tentativas de negociação fracassaram. Os bancários recusaram o dissídio coletivo e, em São Paulo, realizaram paralisações simbólicas de minutos, dos dias 12 de julho a 2 de agosto. Os banqueiros acenaram com um reajuste em torno de 20%, mas os bancários de São Paulo mantiveram sua reivindicação.
No dia 28 de agosto de 1951, uma assembleia histórica no Sindicato dos Bancários, contando com a presença de 28% da categoria, decidiu ir à greve para conseguir seus direitos. A greve foi deflagrada e logo duramente reprimida. O DOPS prendia e espancava os grevistas. Em todo o Brasil a manipulação da imprensa levou os bancários de volta ao trabalho, mas a categoria em São Paulo resistiu e, em consequência, a repressão aumentou. Somente após 69 dias de paralisação, a categoria arrancou 31% de reajuste. Após o término da paralisação a repressão foi ainda mais acentuada. Centenas de bancários foram demitidos e as comissões por bancos foram desmanteladas pelos banqueiros. Mas, como resultado mais positivo, a greve de 1951 colocou em xeque a lei de greve do governo Dutra e provocou, também, a criação do Dieese em 1955.
Isto não significa que a organização do movimento de bancários tenha apenas 50 anos. Não! Suas lutas começaram muito antes. E, como em 1951, a categoria repetiu em outros anos manifestações semelhantes, que garantiram conquistas hoje incorporadas a sua vida laboral. É o caso da jornada de 6 horas, do fim do trabalho aos sábados, da convenção coletiva nacional, do tíquete-refeição, do tíquete-alimentação, da participação nos lucros e resultados, além de outros direitos duramente conquistados.
Hoje, os bancários precisam mais uma vez inovar nas respostas aos constantes ataques de que são alvo. Com a queda nas taxas inflacionárias, o estreitamento da margem de negociação e a diversificação do mercado financeiro após o Plano Real, novas táticas de convencimento, mobilização e luta precisam ser adotadas, principalmente na discussão dos índices de recomposição salarial. Mas esse novo modo de encarar a campanha não se resume, pura e simplesmente, às necessidades salariais da categoria.
O movimento sindical não soube acompanhar a extraordinária transformação por que passou e passa o Sistema Financeiro Nacional. Existe uma série de medidas que vêm transformando os métodos de trabalho e a forma como o empregado se relaciona com a empresa, com os clientes e com seus próprios colegas.
Fonte: UFGNet / www.portalsaofrancisco.com.br/calendario-comemorativo/dia-do-bancario
----------------------------
Material nº 19
(observação do blog: o texto não está disponível aqui. Só estão os primeiros parágrafos de apresentação do texto excelente de nosso companheiro de curso, o professor Carlindo.)
Texto: Política Salarial e Negociação Coletiva no Brasil: do golpe militar ao Plano Collor* - Carlindo Rodrigues de Oliveira**
Este texto procura sintetizar a trajetória da política salarial e da negociação coletiva no Brasil no período compreendido entre o golpe militar de 31 de março de 1964 e a edição do Plano Collor, em março de 1990.
Para facilidade de exposição, o texto foi elaborado obedecendo à seguinte periodização, que caracteriza os momentos de maiores mudanças no contexto da negociação coletiva no Brasil.
- Período pré-1964
- Período 1964-1979
- Período 1979-1983
- Período 1983-1985
- Período 1985-1990
A primeira parte, relativa ao período pré-64, trata de caracterizar sucintamente o tema no intervalo entre 1946 e 1964, ou seja, na chamada fase de "redemocratização" do país, período anterior ao golpe militar.
O período 1964-1979 reflete o momento de maior autoritarismo do regime militar instaurado com o golpe de 1964, quando estreitou-se enormemente o espaço de negociação coletiva e das liberdades sindicais.
O período 1979-1983 sucedeu o ressurgimento do movimento sindical enquanto ator político expressivo, após as grandes mobilizações e o ciclo grevista iniciado em abril de 1978 na região do ABC Paulista. Foi marcado por uma mudança de rumos do regime militar no trato da questão sindical e pelo início da estagnação da economia brasileira, especialmente a partir de 1981.
De 1983 a 1985, há novo retrocesso no tocante à negociação coletiva, especialmente no início do período, que coincide com a assinatura, pelo governo brasileiro, de acordos com o Fundo Monetário Internacional, diante do aprofundamento da crise da dívida externa.
Já os últimos cinco anos (1985 a 1990), correspondem ao período da chamada "Nova República", após a eleição indireta de Tancredo Neves e José Sarney, caracterizado pelas sucessivas tentativas de combate à inflação através da aplicação de planos de estabilização econômica: Plano Cruzado (fevereiro de 1986); Plano Bresser (junho de 1987) e Plano Verão (janeiro de 1989).
É ainda nesse período que se instala a Assembleia Nacional constituinte, que encerra seus trabalhos em 5 de outubro de 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal, com definições importantes sobre temas que influenciam de perto a negociação coletiva no país. O presente texto estende sua abordagem até março de 1990, por ocasião da posse do presidente Fernando Collor de Mello e a imediata adoção de mais um plano de estabilização econômica, o "Plano Brasil Novo", mais conhecido como "Plano Collor".
(texto segue adiante, e contém 30 páginas)
(*) - Publicado originalmente na revista "Outras Falas... em Negociação Coletiva". Belo Horizonte: Escola Sindical 7 de outubro, 1992, p. 13-40.
(**) - Economista, mestre em Ciência Política pela UFMG e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese.
----------------------------
(Matéria de 29/10/09)
Contraf-CUT realiza curso de formação para dirigentes sindicais em Minas Gerais
Carlindo, William, Magaly e Cardoso na abertura. |
Está acontecendo nesta semana o primeiro módulo do curso de formação de dirigentes sindicais. Realizado pela Contraf-CUT, em parceria com o Dieese, o curso é destinado aos dirigentes dos sindicatos de bancários filiados à confederação.
Serão 5 cursos de formação de dirigentes ao longo da gestão da Contraf-CUT. O projeto prevê que os cursos aconteçam em todas as regiões do país de forma a facilitar a participação dos dirigentes bancários. Neste primeiro curso foram priorizados os dirigentes da região Sudeste ligados à Feeb RJ/ES e à Fetraf MG. Cada curso é dividido em 3 módulos de 5 dias e o primeiro módulo está sendo realizado em Minas Gerais.
"A diretoria da Contraf-CUT está imbuída no objetivo de cumprir ao longo desta gestão, que começou em abril deste ano, vários projetos que pensamos em conjunto com os nossos sindicatos. Dentre eles está o foco na formação de dirigentes sindicais bancários da linha cutista, onde debateremos vários temas que envolvem o sindicato e sua relação com a sociedade e o sistema financeiro", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"Esperamos ao final dos três módulos termos contribuído para que cada dirigente conheça um pouco mais da nossa história de lutas e conquistas e esteja mais preparado para o debate que travamos todos os dias com a sociedade e na organização dos trabalhadores", explica William Mendes, Secretário de Formação da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT
Nenhum comentário:
Postar um comentário