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8.1.18

Balanço do mandato na Diretoria de Saúde da Cassi (VI)




O Modelo de Atenção Integral à Saúde, organizado na Cassi por Atenção Primária (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF), através das unidades CliniCassi, foi foco central da Diretoria de Saúde que fortaleceu na Comunidade BB o espírito de pertencimento ao modelo assistencial

"Organizar e qualificar o sistema de serviços de saúde Cassi segundo a lógica do Modelo de Atenção Integral à Saúde"

"Conscientizar sobre a importância da Atenção Primária, com base na ESF/CliniCassi"

(Perspectivas de atenção à saúde que constam no Planejamento Estratégico da Cassi)


Introdução

Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas pelos direitos dos trabalhadores.

Neste estudo que apresentamos abaixo é possível ver o quão grande foi nossa dedicação para o fortalecimento do modelo assistencial da nossa querida autogestão. O estudo foi feito por nós e equipe para prestar contas de uma de nossas prioridades ao longo do mandato na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento (própria) da Cassi.

Posso destacar duas questões centrais que diferenciam a Cassi dos funcionários do BB de qualquer outra entidade da saúde suplementar em suas características estruturantes: o modelo de custeio solidário entre Banco e associados da ativa e aposentados e o modelo assistencial de promoção de saúde e prevenção de doenças. Por isso colocamos toda a nossa energia na defesa desses dois direitos ao longo do mandato.

O balanço dos avanços na ESF que apresentamos abaixo é fruto do trabalho de centenas de profissionais da Cassi localizados na sede em Brasília e nos mais diversos pontos geográficos do país, nas capitais e nos interiores das 27 Unidades da Federação.

Quando pedi pela primeira vez aos gestores e equipes das Unidades Cassi lá em outubro e novembro de 2014 que me ajudassem a ampliar o número de cadastrados na ESF para o máximo possível, mesmo iniciando um período de dificuldades econômico-financeiras, pedi um voto de confiança das equipes e disse o quanto essa tarefa era importante para o fortalecimento do sistema de saúde Cassi e para os debates que faríamos no período seguinte sobre custeio, sustentabilidade, viabilidade do modelo assistencial e defesa dos direitos em saúde dos associados que eu representava.

É com emoção que vemos os números finais desse esforço conjunto em cada um dos 4 anos em fortalecer a APS/ESF e unidades CliniCassi e dar mais conhecimento e pertencimento sobre o que é a Cassi, como ela funciona, os problemas que enfrenta no setor saúde e os direitos e deveres de cada associado na Caixa de Assistência. 

Para fazer a minha parte no compromisso entre nós da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento, na sede em Brasília (DF), e Unidades Cassi nos Estados e Distrito Federal, prometi que eu iria fazer uma agenda nessas bases para bater à porta de todas as representações da comunidade de participantes da Cassi em cada Estado para divulgar o modelo assistencial, os convênios Cassi/BB, pedir apoio nas parcerias e pedir que a Cassi tivesse mais espaço nos fóruns do BB locais e fosse mais utilizada antes de ir para a rede prestadora.

Foi assim em 2014, 2015, 2016 e 2017. Estamos divulgando por regiões geográficas do país nosso balanço de gestão em um mandato que foi feito dividindo nossa atenção entre o dia a dia na Sede e nas Unidades pelas quais somos responsáveis.

Cada uma das 27 Unidades Cassi deu o melhor de si na luta pela ampliação da Estratégia Saúde da Família (ESF), sejam as maiores e com mais estrutura, sejam as médias e pequenas, cada uma com suas dificuldades, pontos fortes e pontos frágeis, internos e externos como, por exemplo, ausência de estrutura de saúde e rede prestadora.

Abaixo destacamos alguns números, mas o resultado das 27 Unidades é muito expressivo no atingimento dos objetivos de cuidar de mais pessoas, salvar mais vidas e evitar despesas desnecessárias na rede prestadora antes de buscar soluções na nossa autogestão. 

Os leitores e associados que viram nossos boletins Prestando Contas Cassi (leia AQUI) e nossas palestras com estudos e resultados na comparação entre vinculados a ESF e não cadastrados perceberam que a economia de recursos chega a 30% em alguns segmentos de assistidos por grau de complexidade no uso da rede.

Obrigado a tod@s os funcionários da Cassi. Obrigado ao conjunto de lideranças da comunidade em cada Estado e DF por ter feito parte desse projeto de fortalecer o modelo assistencial da Cassi. Um agradecimento especial a cada Conselheiro e Conselheira de Usuários com os quais convivemos intensamente em cada uma das Unidades Cassi, pois nos Conselhos estão representados todos os segmentos da Comunidade.

Agradeço a toda a governança da Cassi (eleitos e indicados) porque os resultados que obtivemos contaram com o apoio dos colegiados da entidade, e todos enfrentamos um período difícil em relação ao mercado de saúde suplementar. Convivi de forma respeitosa e construtiva neste mandato com 4 Presidentes, 2 Diretores de Administração e Finanças, 2 Diretor@s de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, e com diversos Conselheir@s Deliberativos e Fiscais, que foram mudando ao longo dos quatro anos.

Acredito que fizemos um trabalho sério, republicano, transparente e que rendeu frutos à Caixa de Assistência e associados, principalmente quando vemos todo o cenário adverso que enfrentamos e que continua a nos impor soluções inteligentes, mas que espero que não afetem os direitos dos associados e a Cassi no que ela tem de diferencial como autogestão de trabalhadores.


Avanços na Estratégia Saúde da Família e na relação das CliniCassi com as comunidades locais do Banco do Brasil


Quando se cria um serviço de Atenção Primária à Saúde (APS), num contexto em que este seja porta de entrada preferencial – e portanto, não obrigatória -, entra no conjunto de desafios para a legitimação do serviço a obtenção do interesse das pessoas em frequentá-lo. No caso de nossas CliniCassi, o primeiro registro que se pode ter como régua para medir formalmente o interesse por essa adesão é o cadastramento da população na Estratégia Saúde da Família (ESF).


Naturalmente, depois se faz necessário identificar se as pessoas estabeleceram vínculo com o serviço e se o têm como referência para primeiro contato quando querem ou precisam tratar de suas questões em saúde. 
Mas o primeiro indicativo é o cadastramento.

Ao iniciar esta gestão, em junho de 2014 - o número de cadastrados nas CliniCassi era de 160.516 pessoas, espalhadas nas áreas de abrangência das 65 estruturas de Atenção Primária (APS) que a Cassi possui pelo Brasil - as CliniCassi. 

Pela situação econômico-financeira que encontramos ao chegar à gestão da Caixa de Assistência, condição que se sobrepunha ao nosso desejo de gestor da área de saúde, logo após o início de nosso trabalho (praticamente em 6 meses), a governança decidiu submeter a entidade a um contingenciamento orçamentário, situação que perdurou até maio de 2017. 

Isso impediu que houvesse recursos e ações para ampliação de equipes ESF no período. Em alguns casos, tivemos ainda como desdobramentos daquela situação a dificuldade em repor profissionais da ESF que saíram da empresa pelas entradas e saídas normais do mercado de trabalho (rotatividade/turnover).

Além disso, durante o período, a empresa Banco do Brasil efetuou dois programas de desligamento incentivado, alterando a quantidade da população do Plano de Associados em algumas praças de CliniCassi. Basta lembrar que foram fechadas centenas de agências e postos de trabalho nesses últimos 4 anos.

Mesmo assim, incentivamos e orientamos as 27 unidades regionais da Cassi no sentido de não recuar no propósito de aprimorar o processo e manter os níveis de cadastramento em curva ascendente ou ao menos estáveis.

Com alegria, percebemos o empenho das Unidades Cassi, das CliniCassi e das equipes de um modo geral nessa busca ao longo desses 4 anos. Com justiça, vocês sempre leram, viram e ouviram meu agradecimento ao quadro de profissionais de nossa autogestão; na minha opinião, um patrimônio da Cassi e associados.

E agora, ao final de 2017, temos um crescimento total geral de 13% no número de cadastrados, chegando a mais de 181 mil adesões/cadastramentos à Estratégia Saúde da Família (ESF), mesmo com as reestruturações e mudanças nas bases de assistidos de nossos planos de saúde - Plano de Associados e Cassi Família.

Esse dado geral, obtido em período com tantos obstáculos, mostra a dedicação de nossas equipes e o valor dado ao serviço de Atenção Primária e ESF pela população da comunidade Banco do Brasil.

Mas é quando abrimos as informações e as observamos por segmento populacional e/ou Unidade Federativa (UF) que encontramos alguns achados que nos fazem ter ainda mais entusiasmo com as perspectivas de avanços no modelo assistencial da Cassi e na sua busca por sustentabilidade sem perda de direitos por parte de seus trabalhadores associados.

Resultados obtidos pelas CliniCassi e pelo modelo assistencial APS/ESF são muito expressivos e mostram foco absoluto na promoção e prevenção, salvando vidas de centenas de participantes e contribuindo para a sustentabilidade da Cassi, pois sem esses resultados de parte da população já assistida pela ESF as despesas assistenciais seriam muito maiores:

1) Quando destacamos apenas a população de aposentados e pensionistas do Plano de Associados, esse crescimento passa para 15%, sendo que em algumas unidades Cassi representa proporcionalmente variações muito maiores, como é o caso da CliniCassi Rio Branco, no Acre (32%); CliniCassi Brasília Norte e Brasília Sul, no DF (34%); CliniCassi Macapá, no Amapá (37%); e CliniCassi Porto Velho, em  Rondônia (50,5%). Foram praticamente mais 9 mil participantes desse segmento. Justamente o segmento sobre o qual a ação das CliniCassi tem contribuído de forma marcante na preservação da qualidade de vida e na racionalização das despesas básicas.

2) Se olharmos as maiores Unidades Cassi, aquelas com mais de 10 mil cadastrados na ESF - BA, DF, MG, PR, RJ, RS e SP -, veremos que o esforço em ampliar o cadastramento na APS gerou um aumento de população no modelo em 14,22%. Só nessas Unidades, são mais de 108 mil participantes cadastrados ao final de 2017, quando tínhamos cerca de 95 mil no início de nosso trabalho. São 13,5 mil assistidos com oportunidade de se vincular ao modelo, ter melhores perspectivas de Atenção Integral e evitar idas desnecessárias à rede prestadora. Se olharmos as Unidades de porte médio e pequeno, onde os efeitos das mudanças na base de participantes são sentidos com mais intensidade, mesmo assim o crescimento na ESF foi em 11,25%.

3) A CliniCassi Boa Vista, em RR, ampliou sua população geral de cadastrados em 61%. Foi o maior índice de crescimento em termos proporcionais. Considerando que houve um período no passado em que se discutiu a possibilidade de fechamento do serviço, o número mostra, além de empenho e acolhimento da equipe da Unidade RR, que a comunidade de Boa Vista valoriza e quer o serviço de Atenção Primária da Cassi.

4) As CliniCassi Brasília Norte e Brasília Sul obtiveram o segundo maior crescimento percentual na população geral de cadastrados (51,9%) e também na população de funcionários da ativa no Plano de Associados (59,5%). Considerando a população proporcional que isto representa no DF, essa Unidade acrescentou número de pessoas que representa, no saldo líquido final, mais de 23% do resultado de crescimento da ESF Brasil. Este avanço ocorreu no mesmo período em que as duas CliniCassi investiram nos processos de Qualidade e Segurança no Cuidado com o Paciente (Acreditação - JCI). Várias melhorias foram estendidas a outras unidades no país.

5) Algumas praças foram afetadas por reduções no quadro de funcionários da ativa no BB e por encerramento de contratos do Cassi Família, em ambos os casos atingindo os números de cadastrados. É perceptível o esforço dos serviços para buscar compensar essas subtrações, eventualmente ampliando o cadastramento sobre públicos de outros planos ou segmentos, sobretudo nos casos de redução da população de funcionários da ativa do Plano de Associados. Isso fica muito bem observado nas CliniCassi das Unidades TO, SE, RO, RN, PI, PE, PB, PA, MT, MA, BA, AP, AM, AL, AC.

6) A população do Cassi Família foi a que mais cresceu em cadastramento do ponto de vista proporcional: 22,9%. As CliniCassi que conseguiram os maiores crescimentos proporcionais foram TO (115,3%), RN (103%), RR (100%), DF (79,3%), SE (55,9%) PE (50,3%) e MS (47,4%).

7) As duas maiores parcelas em números absolutos de cadastrados acrescentados ao resultado líquido final vieram das CliniCassi do DF (4.968) e das de SP (3.485). Mas como dissemos acima, todas contribuíram com resultados importantes, as 7 maiores (mais de 10 mil inscritos na ESF) e as de médio e pequeno porte.

8) Esses cálculos foram efetuados considerando como ponto de partida a população cadastrada em maio de 2014, sem ajustar essa base com as subtrações ocorridas no período por ajuste de quadros no BB ou encerramento de contratos no Cassi Família. Caso fizéssemos tal relativização: 

a) as unidades que ainda apresentam resultado final com pequena redução de cadastrados modificariam esses índices: AC, de - 4,9% para - 2,1%; AM, de – 4,3% para 7,5% (ou seja, acréscimo e não decréscimo); e AP de – 4,3% para – 3%; e

b) o acréscimo total de cadastrados passaria de 13% para 17,2%, para ficarmos em dois exemplos.


Ampliar o modelo assistencial é a melhor perspectiva para a sustentabilidade da Cassi e para cuidar da saúde de nossa população assistida nas próximas décadas em todas as regiões do país

Por fim, o objetivo deste balanço em relação à gestão da Estratégia Saúde da Família e das Unidades Cassi e CliniCassi não foi encontrar precisão matemática nos dados populacionais do modelo assistencial da autogestão, mas observar as grandes movimentações de números que obtivemos, mesmo no cenário adverso que enfrentamos nesses 4 anos.


Eu poderia destacar os pontos positivos de cada uma das 27 Unidades Cassi, mas fugiria do objetivo geral deste texto de balanço. A sintonia de trabalho entre nossas duas gerências na sede - Gerência de Saúde e Gerência de Rede de Atendimento - e as Unidades e CliniCassi foi muito grande e, efetivamente, buscamos todos juntos os mesmos objetivos no fortalecimento do modelo assistencial e no sentimento de pertencimento ao modelo por parte de tod@s os envolvidos.

Temos a convicção de que com a participação dos principais intervenientes do sistema de serviços de saúde da Cassi, ou seja, a comunidade Banco do Brasil - Banco, Cassi, entidades representativas, participantes e Conselhos de Usuários e parceiros da rede prestadora -, podemos dar um salto de qualidade em relação à sustentabilidade dos recursos, na manutenção dos direitos dos associados e na expansão da cobertura do modelo para o conjunto dos assistidos pela Caixa de Assistência.

Abraços a tod@s,

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)


Post Scriptum:

Balanço de mandato I (AQUI)
Balanço de mandato II (AQUI)
Balanço de mandato III (AQUI)
Balanço de mandato IV (AQUI)
Balanço de mandato V (AQUI)

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