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6.5.15

Artigo: Corri pensando no Milton e na Direção do BB


Às vezes, sofremos os ônus por nossa origem e compromissos.

Mais um dia de trabalho como representante do Corpo Social na entidade de saúde dos funcionários do Banco do Brasil. Fui eleito Diretor de Saúde em 2014 e meu mandato vai até 2018.

Saí para correr minha meia hora ou 5 km na noite brasiliense depois de mais um dia duro de trabalho. Voltei a correr para cuidar da minha saúde e tentar minimamente compensar o estresse que minha tarefa atual acarreta.

Ao chegar em casa, minha esposa me disse que um colega do Banco escreveu um comentário jocoso em meu perfil do Facebook por eu comentar meu cansaço. Ele disse que eu reclamo muito e que deveria pensar nisso porque sou muito bem remunerado.

E não é que não consegui curtir minha corrida! Fiquei pensando nos dois desaforos do dia a corrida inteira. Sofri hoje mais um ataque da Direção do Banco e esse comentário do colega representado.


O COMENTÁRIO DA BASE EU ABSORVO BEM, O DIFÍCIL SÃO OS ASSÉDIOS QUE O BB ME FAZ POR CAUSA DO QUE REPRESENTO

Vou falar num linguajar popular.

Eu sou escriturário concursado do Banco do Brasil. Esse é o meu cargo. Estou dirigente da Cassi em primeiro lugar porque o movimento sindical me demandou por meses para que eu disponibilizasse meu nome, meu histórico, minha experiência e minha gana em fazer as coisas bem-feitas, não importa qual seja a missão. Eu aceitei a tarefa e me coloquei à disposição.

Depois, e esse é o principal motivo após aceitar participar do processo eleitoral, estou diretor da Cassi porque o Corpo Social em sua maioria votou na chapa capitaneada por mim e pelas propostas que apresentamos para a Caixa de Assistência.

Ou seja, estou Diretor da Cassi por isso. Estou fazendo o meu melhor. E assim será até o dia 31 de maio de 2018.

Agora uma coisa é clara para quem me conhece ou já ouviu dizer a meu respeito: eu não ligo para dinheiro, tô cagando pra essa porcaria que faz com que os seres humanos não tenham princípios e caráter, se vendam por qualquer coisa, prefiram bens materiais a pessoas e porcarias do gênero em relação ao dinheiro.

Eu tenho firmeza nos princípios e humildade na aceitação da divergência e das críticas no papel de representante eleito dos trabalhadores.

Então Milton, pensando a respeito do que você comentou, talvez eu deva reclamar menos de meu cansaço físico e mental porque estou bem remunerado na função momentânea que exerço na Cassi.



VOU RECLAMAR MENOS E INFORMAR/COBRAR MAIS DO MOVIMENTO

Pois é, a segunda parte deste texto é mais para informar o que um representante dos trabalhadores pode enfrentar quando mantém a firmeza ideológica aprendida nas lides do movimento sindical ao enfrentar diariamente um ente poderoso por sua natureza, o Banco e os banqueiros que lá estão. Sozinho no embate empatado com o Banco e seus representados, pouco posso fazer. Só com mobilização por trás de meu mandato é possível avançar nos direitos em saúde.

Como negociador, nunca fui bem quisto pela direção do BB por razões óbvias. Eu incomodo!

A Direção do Banco não esperou um dia sequer para começar o embate comigo assim que cheguei à Cassi. No dia da posse, 2 de junho, começaram as provocações internas da Direção. Eu não me importo e levo isso numa boa. Cada um com seus papeis e lados.

Eu vou registrar tudo o que aconteceu ao longo do meu mandato. Já estou fazendo isso através dos boletins dos eleitos (aliás, quando foi que alguém fez isso com a regularidade que fazemos?). Mas ainda vou documentar tudo que o Banco já fez comigo nesse mandato.

Por falar em "ser bem remunerado", eu já gastei milhares de reais para mostrar a cara ao Corpo Social, coisa que duvido que seja comum algum representante fazer. Em geral, o pessoal briga é para conseguir cargo e dinheiro e não o inverso.

O ataque da Direção do Banco de hoje é só mais um que venho sofrendo ao longo desses onze meses que represento os interesses do Corpo Social na Cassi.


ORÇAMENTO CONTINGENCIADO E TRATAMENTO DESIGUAL AOS ELEITOS ATUAIS

Hoje a Direção do Banco me negou adquirir 1(uma) passagem aérea e uma pernoite em hotel para trabalhar um dia na unidade Cassi no Paraná. Função básica do Diretor de Rede. Por causa do orçamento contingenciado, despesas administrativas corriqueiras têm que ter aprovação dos indicados do BB no Conselho Deliberativo o tempo todo. Eles negaram.

Engraçado, pois há menos de uma semana, o comportamento dos eleitos para que o Presidente e o Diretor Financeiro fosse a SP foi o correto. Os eleitos não impuseram nenhuma restrição e aprovaram a despesa com passagens aéreas e hospedagem dos indicados do Banco.

Não tem problema. Eu poderia contar a vocês, Corpo Social que represento, uma lista infindável de atitudes pequenas, torpes como essa, por parte da Direção do BB e seus representados. Vocês se lembram recentemente, quando eu tive negado os recursos para as Conferências de Saúde e os Conselhos de Usuários. Decidi fazer os eventos assim mesmo! (Mas na outra ocasião que teve orçamento contingenciado - 2006 - os eleitos que lá estavam não tiveram nenhum problema com isso. Documentos públicos provam isso, é só ler no Relatório Anual 2006. Talvez eu não agrade aos banqueiros do BB).

Vou a Curitiba por minha conta na próxima semana realizar o meu trabalho de fortalecer a participação social na Cassi e seguir com o nosso trabalho lá dos Agentes Facilitadores, porque o trabalho deles é voluntário e visa melhorar a rede credenciada da Cassi no Estado do Paraná e a vida dos associados. PAGO DO MEU BOLSO. Já fiz isso várias vezes nesses dez meses de mandato.

Na boa, quem deveria estar defendendo o meu mandato são as entidades que me propuseram estar na Cassi. Sigo à disposição de tod@s do Corpo Social e suas entidades representativas.

Milton, obrigado pelo puxão de orelha (mas você atrapalhou minha corrida).

William Mendes


Post Scriptum:

Minha agenda no Paraná nos dois dias que lá estarei está sendo custeada pelas entidades sindicais e por mim (Voo $540 + hotel $198).

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