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24.10.14

Diretores eleitos da Cassi: perspectivas com projetos em disputa nas eleições


William Mendes e Mirian Fochi afirmam:
projetos são antagônicos.

Neste domingo, dia 26 de outubro, o povo brasileiro vai às urnas para escolher quem será presidente da República para o mandato de 2015-2018. Os projetos apresentados por Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) para a classe trabalhadora de nosso país são antagônicos e sinalizam perspectivas futuras distintas para todos os que vendem a sua força de trabalho aos capitalistas e detentores dos meios de produção.

De uma coisa nós, dirigentes eleitos da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), temos certeza por sermos bancários de empresa pública e representantes da classe trabalhadora: a luta de classes seguirá após o resultado da eleição e as conquistas dos trabalhadores e do povo brasileiro continuarão a vir através da organização nos locais de trabalho e da mobilização e lutas dos segmentos sociais organizados, como sempre foi - a exceção é para aqueles 5% de pessoas que vivem de rendas, heranças e propriedades (esses ganham em qualquer governo).

Não vamos aqui repetir uma enxurrada de números e gráficos para mostrar o quanto os governos do PSDB e do PT foram diferentes em relação aos efeitos para os bancários do Banco do Brasil. As redes sociais e nossos sindicatos já demonstraram isso para os trabalhadores.

Citamos apenas alguns fatos entre 1995-2002 (PSDB) e entre 2003 e 2014 (PT) porque eles têm impacto direto na gestão da nossa Caixa de Assistência e nas perspectivas de perenidade do maior plano de autogestão do país.

Entre 1995 e 1999, o PSDB sucateou e destruiu as bases do maior banco público do país (BB) para privatizá-lo a preço de banana. Reduziu 50 mil postos de trabalho de um segmento social que tinha bons salários e direitos adicionais maiores que os previstos na legislação. Congelou o salário daqueles que sobreviveram ao massacre (69 mil bancários) e, após uma luta heroica dos sindicatos em 1997/98 diante da falta de funcionários, o BB abriu novos concursos sem direito trabalhista algum além da CLT e da Constituição Federal de 1988. O PSDB originou uma geração de bancários pós-1998 pejorativamente chamados de "genéricos".

A Cassi tem modelo de custeio baseado na folha de pagamento do patrocinador, o Banco do Brasil, e com a redução de 50 mil funcionários e o congelamento salarial por praticamente 8 anos de PSDB, imaginem vocês o caos que foi para a Caixa de Assistência sobreviver àquela década! Sobrevivemos, mas foram anos difíceis.

Entre 2003 e 2014, o PT recontratou milhares de postos de trabalho (115 mil). Os Governos Lula e Dilma não deram direito algum de mão-beijada. Mas há uma diferença fundamental entre governos tucanos e governos petistas: os tucanos tratam movimento social como caso de polícia. Não adianta somente a luta organizada por direitos sociais e trabalhistas. O PSDB não negocia, não recebe os trabalhadores. Vejam os exemplos dos trabalhadores de categorias estaduais nas últimas décadas: é demissão e polícia contra metroviários, professores, policiais, movimentos estudantis, movimentos por moradia etc.

Entre 2003 e 2014, os bancários se reorganizaram e fizeram lutas e greves fortes e unificadas com negociações concomitantes com os governos do PT e a Fenaban. Os bancários avançaram nos direitos e nos reajustes salariais nestes 12 anos porque o tratamento do PT com os movimentos sociais é de mais diálogo

Nós estamos falando de perspectivas de lutas e não que tudo seja uma maravilha. Com as lutas sob os governos do PT, o Banco do Brasil recontratou 50 mil bancários, os salários tiveram aumentos reais entre 25% e 40% (pisos e demais verbas). Os direitos retirados dos pós-1998 tucano foram reconquistados e a Cassi teve mais perspectivas de avanços.

Se, por um lado, a gestão e a busca de sustentabilidade de um plano de saúde são difíceis por diversos fatores como inflação médica, novas tecnologias, aumento das demandas de saúde, modelo fragmentado de gestão ao invés de modelo centralizado com equipes de família e uso otimizado de rede, e envelhecimento da população; por outro lado, a perspectiva de negociação com BB e governo após mobilização e luta dos bancários é maior. Já fizemos negociações com avanços nos anos 2000 por novas receitas para a Cassi e estamos novamente buscando diálogo com o banco para avançar na gestão da Caixa de Assistência. Os debates não estão sendo fáceis, mas estão acontecendo.

Enfim, nós não temos dúvidas em afirmar que o projeto de Dilma, que propõe seguir avançando na criação de empregos, na política de valorização dos salários, que firmou compromisso de seguir fortalecendo os bancos públicos, que afirma categoricamente que a prioridade do governo são as questões da classe trabalhadora é o melhor projeto para termos perspectivas de lutas e conquistas.

É evidente que os representantes dos trabalhadores estão sempre dispostos a negociar com os capitalistas, independente do partido do governo de plantão, mas, como dissemos acima, os governos dos tucanos sempre mostraram que não nos respeitam e que movimento de trabalhadores é caso de polícia.

Colegas do BB e familiares: neste domingo, nós votamos e pedimos votos para Dilma e depois é continuar lutando muito porque só a luta unitária e organizada é que traz avanços. E, para dificultar os avanços, teremos ainda o Congresso Nacional mais conservador e contrário aos trabalhadores das últimas décadas.

Abraços

William Mendes
Diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi

Mirian Fochi
Diretora eleita de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi


Fonte: Diretores eleitos da Cassi, publicado originalmente na Contraf-CUT

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