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9.10.13

No 21º dia, greve arranca nova negociação com Fenaban nesta quinta


Reunião será às 10h, em São Paulo. Ao meio-dia será retomada negociação das questões específicas com BB e Caixa. É o resultado da mobilização da categoria

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Mobilização dos bancários (foto) por uma nova proposta dos bancos

Atualizada às 10h45

A força da greve nacional dos bancários, que completa 21 dias nesta quarta-feira (9), arrancou uma nova negociação entre o Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT, e a Fenaban para ocorrer nesta quinta (10), às 10 horas, em São Paulo.

Na sequência, ao meio-dia, haverá negociação das reivindicações específicas com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal.

A nova rodada foi marcada após a rejeição pelas assembleias dos sindicatos da proposta de reajuste salarial de 7,1% e aumento do piso em 7,5%, apresentada pelos bancos na última sexta-feira (4), que foi considerada insuficiente pela categoria.

A Contraf-CUT enviou ontem um ofício do Comando Nacional à Fenaban, comunicando a decisão das assembleias e reiterando que "permanece à disposição para continuar as negociações para a apresentação de uma proposta satisfatória dos bancos, que atenda de fato às reivindicações econômicas e sociais da categoria".

"A continuidade das negociações é fruto da intensa mobilização dos bancários, que estão vencendo o cansaço, mostrando uma extraordinária disposição de enfrentamento, combatendo as práticas antissindicais dos bancos e fazendo a maior greve da categoria dos últimos 20 anos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"A expectativa dos bancários é que os bancos apresentem uma nova proposta que atenda as reivindicações de aumento real, valorização do piso, PLR melhor, proteção ao emprego, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades", destaca. "Com os lucros de R$ 59,7 bilhões entre os meses de junho de 2012 e 2013, sobram recursos para compensar o trabalho e a dignidade dos bancários", sustenta Carlos Cordeiro

Durante todo o processo de negociações da Campanha 2013, iniciado no mês de agosto, os bancos apresentaram somente duas propostas. A primeira, feita no dia 5 de setembro, foi o reajuste de 6,1% que só repõe a inflação pelo INPC no período e ignorou as demais reivindicações da categoria, tendo sido rejeitada em todo país e motivando a deflagração da greve a partir do dia 19 de setembro. A segunda proposta foi a da última sexta-feira.

Ontem, no 20º dia de greve, os bancários paralisaram 11.748 agências, centros administrativos e call centers em todos os 26 estados e no Distrito Federal, um crescimento de 91,1% em relação ao primeiro dia da paralisação, quando 6.145 dependências foram fechadas. "Não é à toa que a força do movimento afetou as vendas do comércio e a concessão de financiamentos, o que comprova a importância do trabalho da categoria para o atendimento da população e a geração dos resultados dos bancos", destaca Carlos Cordeiro.

O Comando Nacional representa 143 sindicatos e 10 federações de todo país, totalizando mais de 95% dos bancários de todo Brasil. Além das entidades integrantes, participam como convidados os coordenadores das comissões de empresas dos trabalhadores dos bancos públicos federais.

As principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Fonte: Contraf-CUT

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