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14.5.13

Movimento sindical rebate boletins do bb


Para Sindicato SP, informativos difundidos pela direção procuram confundir debate sobre plano de funções

Direção do bb parece o personagem
acima...
São Paulo – A Contraf-CUT emitiu carta aos funcionários do Banco do Brasil para rebater a versão que a direção da instituição tem disseminado, nas últimas semanas, via e-mail, aos trabalhadores do banco.

Nesta sexta-feira 10 o BB difundiu mais um boletim pessoal que afirma que 94,5% dos funcionários aderiram às CCV (Comissão de Conciliação Voluntária). Um boletim antigo diz que 99% dos bancários que permaneceram nas funções de 8 horas já aderiram ao novo plano de funções.

No entanto, de acordo com o diretor do Sindicato Ernesto Izumi, as informações do banco escondem o verdadeiro debate. "O percentual de adesão à jornada de seis horas é baixo, é o que temos constatado na base. O banco não diz que os funcionários que permaneceram nas oito horas não tiveram alternativa. Ou aderiam ou eram descomissionados”, diz o dirigente.

Além disso, ainda de acordo com Ernesto, o banco não informa que o valor apresentado nas CCV é baixo perto do que obteriam em ação judicial. “Em São Paulo não haverá CCV, pois a assembleia a rejeitou, é soberana e vale para todos. As ações vão pagar mais que as CCV. A implantação do plano foi gestão temerária, pois vai aumentar o passivo trabalhista da empresa", explica.

Para Ernesto, o banco está tentando desmoralizar os Sindicatos através dos boletins. “É uma demonstração de que a empresa está preocupada com a rejeição dos funcionários ao plano de funções. A empresa também tem o objetivo de enfraquecer a representação sindical, pois sabe que com sindicato fraco os direitos dos trabalhadores serão menores”, afirma o dirigente.

Plano de funções – De acordo com análise do Sindicato, todos os funcionários do BB foram afetados, direta ou indiretamente, com a imposição do novo plano. Escriturários e caixas, ao serem promovidos para assistentes ou gerentes, ingressarão com valor da função reduzido e sem garantia de reajustes futuros nas respectivas verbas.

Assistentes que optaram pela jornada de seis horas tiveram redução salarial de 16,25% em média, e quem não aderiu, sofreu diminuição do valor recebido pela função. Os gerentes foram prejudicados pela redução do montante pago pela função, atingindo imediatamente comissionados com mais tempo de banco e que tinham zerado a antiga verba CTVF (Complemento Temporário de Valores de Função), com reflexo para todos, pois o que era piso virou teto.

VEJA CARTA DA CONTRAF-CUT

Plano de Funções do BB: patrão diz que funcionários estão contentes. Contraf-CUT e sindicatos dizem que banco prejudica funcionários. Funcionários fazem greve.

E você, em quem acredita?

Os funcionários e os sindicatos reivindicam a instalação da jornada de seis horas para comissionados. O Banco do Brasil implanta para um terço deles, reduz seus salários em 16% e, o mais grave, reduz a remuneração pela função gratificada para míseros 10% do valor do VR. Aproveita o momento para atacar os outros dois terços e reduzir o pagamento pela função de confiança para 30% do VR. O BB implanta tudo à revelia dos sindicatos e coloca a faca no pescoço do trabalhador de 8 horas, impondo: ou aceita ou perde a comissão.

Os funcionários e os sindicatos reagem à maldade do banco, percebendo sua intenção de reduzir salários ao longo do tempo e impedir a incorporação de conquistas importantes como o Adicional por Mérito. Reivindicam abertura de negociações e o banco nega, desprezando o legítimo direito dos trabalhadores de mostrar seu descontentamento.

A direção do banco manda seus prepostos abusarem dos boletins pessoais. Diz que está tudo às mil maravilhas, que todo mundo aceitou o que foi imposto e ameaça punir quem protestar. Mesmo assim, milhares de funcionários em várias localidades decidem parar por 24 horas e dizer à direção do banco que, se os membros da cúpula encastelada em Brasília acreditam que todo mundo está contente, é porque mentem para eles mesmos.

E você, que teve de aderir ao novo plano para não perder a comissão? E você, que tem de ralar feito louco para cumprir ordens e cada dia vender um produto diferente? E você, que vê claramente que a direção do banco não tem estratégia e não sabe aonde quer chegar? E você, que atravessa o portal do inferno todo dia sabendo que o banco vai lhe tirar o couro impiedosamente?

E você, administrador, que recebe vários torpedos e telefonemas todo dia e tem de ficar se controlando para não repassar a crueldade para os funcionários? E você, que faz de tudo para cumprir metas e recebe como prêmio um bonequinho de um determinado superintendente idiota?

Em quem você acredita? Nos executivos do banco, que lhe dizem que está tudo maravilhoso ou nos sindicatos, que dizem que o banco lhe quer prejudicar?

Fonte: Seeb SP Rodolfo Wrolli - 10/5/2013 (com Contraf-CUT e edição do blog)

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