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18.10.11

Maioria dos bancários aprova propostas da Fenaban, BB e Caixa e encerra greve

Assembleia BB em São Paulo - crédito Seeb SP
Em assembleias realizadas nesta segunda-feira (17), 21º dia de greve nacional, a maioria dos sindicatos de bancários do país aprovou a nova proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), bem como as específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. As três propostas foram aceitas em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Bahia, Mato Grosso, Pernambuco, Alagoas, Campinas, Uberaba, Londrina, Criciúma, Blumenau, Teresópolis, Vitória da Conquista, Dourados e Campina Grande, entre outros sindicatos.



Várias assembleias ainda se encontram em andamento. Com isso, os bancários que aprovaram as propostas suspendem as paralisações e retornam ao trabalho nesta terça-feira, dia 18. A greve foi a maior realizada pela categoria nos últimos 20 anos.


Poucas assembleias rejeitaram as propostas do BB e Caixa e permanecem em greve. Os funcionários do Banrisul, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste do Brasil (BNB) continuam paralisados, cobrando avanços nas negociações específicas.


Avaliação

"A aprovação das propostas coroa mais uma campanha vitoriosa dos bancários, em que enfrentamos um cenário econômico e político adverso. Com unidade nacional, força da mobilização e poder de negociação foi possível arrancar conquistas importantes, como aumento real pelo oitavo ano consecutivo, valorização do piso, maior participação nos lucros e avanços nas condições de trabalho e segurança, sem interferência de atores externos", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.


"Foi também uma importante vitória política para a classe trabalhadora, pois o resultado da campanha dos bancários vai servir de parâmetro para outras categorias. Derrotamos a visão equivocada de que salário gera inflação. Garantimos a continuidade do modelo de valorização do trabalho, como forma de fortalecer o desenvolvimento econômico com distribuição de renda", ressalta Cordeiro.


Avanços econômicos e sociais

Com a aceitação da proposta, os bancários conquistam reajuste salarial de 9% (aumento real de 1,5%), valorização do piso da categoria em 12%, que passa para R$ 1.400 (aumento real de 4,3%) e melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com aumento da parcela fixa da regra básica para R$ 1.400 (reajuste de 27,2%) e do teto da parcela adicional para R$ 2.800 (reajuste de 16,7%).


A proposta dos bancos inclui também avanços sociais. "Uma nova cláusula proíbe a divulgação de rankings individuais dos funcionários, como forma de frear a cobrança das metas abusivas, combatendo o assédio moral", destaca Cordeiro. "Outra cláusula obriga os bancos a coibir o transporte de numerário por bancários, que deve ser realizado conforme a lei federal nº 7.102/83, através de vigilantes", salienta.


Os dias de greve não serão descontados, mas serão compensados em até duas horas por dia, de segunda a sexta-feira, até o dia 15 de dezembro e, assim como nos anos anteriores, eventual saldo após esse período será anistiado.


As propostas específicas do BB e da Caixa também apresentaram melhorias para os bancários, envolvendo questões de carreira e condições de trabalho, dentre outras. "Entre os principais avanços, destacam-se a PLR social e a contratação de 5 mil empregados na Caixa e a valorização do plano de cargos e salários no BB", salienta o presidente da Contraf-CUT.


A greve começou no dia 27 de setembro e chegou a paralisar 9.254 agências e vários centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal.


Fonte: Contraf-CUT

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