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29.8.11

Dia dos Bancários resgata luta e prepara início das negociações com Fenaban


Neste domingo, 28 de agosto, a categoria bancária comemorou o seu dia. A data, definida há 59 anos para recordar uma das mais importantes greves da categoria, é uma referência histórica dos bancários e serve de exemplo para a mobilização da Campanha Nacional 2011, que já está nas ruas de todo o país, com foco no emprego decente.


Neste ano, a data ocorre no final de semana antes da primeira rodada de negociações do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, com a Fenaban, que acontece nesta terça e quarta-feira, dias 30 e 31 de agosto, com foco no tema emprego e reivindicações sociais. A segunda rodada, com o tema saúde e condições de trabalho, será realizada nos dias 5 e 6 de setembro; e a terceira, sobre remuneração, no dia 13 de setembro.


Em 28 de agosto de 1951, começou uma das mais longas e vitoriosas campanhas salariais dos bancários. A categoria reivindicava um reajuste de 40%, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço. A contraproposta dos patrões, de 20% de aumento, foi considerada insuficiente e os bancários decidiram entrar em greve. Foram 69 dias de paralisação, até que, em 5 de novembro, a Justiça concedesse um reajuste de 31%, pondo fim à paralisação.


O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, ressalta que as conquistas trazidas com a greve histórica de 1951 devem ser resgatadas para lembrar aos bancários que não existem ganhos sem luta. Nenhum direito foi concedido pela generosidade dos bancos. "Nossa luta é por emprego decente com aumento real, proteção contra demissões imotivadas, fim das metas abusivas e do assédio moral, segurança contra assaltos, igualdade de oportunidades e aposentadoria digna", reivindica.


Cordeiro faz um chamamento aos bancários de todo o país. "Vamos combinar mobilização e negociação, a fim de mostrar aos bancos a importância de atender as reivindicações da categoria. A história mostra que as negociações só avançam com mobilização. Vamos intensificar a campanha nas ruas".


Os bancários reivindicam este ano reajuste salarial de 12,8% (aumento real de 5% mais reposição da inflação projetada em 7,5%), PLR de três salários mais R$ 4.500, piso do Dieese (R$ 2.297,51 em junho), plano de cargos e salários para todos, mais contratações, fim da rotatividade, reversão das terceirizações e banco para todos, sem exclusão e sem precarização.


História

A greve de 1951 foi a primeira contra o Decreto 9.070 da ditadura do Estado Novo, que proibia greves e amordaçava o movimento sindical dos trabalhadores. Foi um movimento pela liberdade sindical, em favor da democracia, contra os "atestados de ideologia" exigidos pelo Ministério do Trabalho dos candidatos a cargos sindicais, pela participação dos sindicatos na fiscalização das condições de trabalho e emprego, pela eleição de representantes dos bancários para a direção dos antigos Institutos de Aposentadorias e Pensões (o atual INSS) e pela participação dos sindicatos na fiscalização e elaboração das leis trabalhistas.


A data começou a ser comemorada já no ano seguinte, em 1952, por decisão do IV Congresso Nacional dos Bancários, realizado em Curitiba. Em 1957, a Assembleia Legislativa oficializou a data no Estado de São Paulo e, em 1959, o Congresso Nacional estendeu a data para todo o Brasil ao aprovar projeto do deputado federal bancário Salvador Romano Lossaco.


Veja as principais reivindicações dos bancários na Campanha Nacional 2011:


- Reajuste Salarial - 12,8% (5% de aumento real mais a inflação projetada de 7,5%)

- PLR - Três salários mais R$ 4.500

Pisos


- Portaria - R$ 1.608,26
- Escritório - R$ 2.297,51 (Dieese)
- Caixa - R$ 3.101,64
- 1º Comissionado - R$ 3.905,77
- 1º Gerente - R$ 5.169,40

- Vales Alimentação e Refeição e auxílio-creche/babá - R$ 545 cada
- PCCS - Plano de Cargos, Carreiras e Salários
- Auxílio-educação - pagamento para graduação e pós
- Emprego
- Ampliação das contratações
- Fim da rotatividade
- Combate às terceirizações
- Garantia contra dispensas imotivadas (Convenção 158 da OIT)
- Banco para todos, sem precarização


Outras prioridades

- Cumprimento da jornada de 6 horas
- Fim das metas abusivas
- Combate ao assédio moral e à violência organizacional
- Segurança contra assaltos e adicional de 30% de risco de morte
- Previdência complementar para todos os trabalhadores
- Contratação da remuneração total
- Igualdade de oportunidades


Fonte: Contraf-CUT

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