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22.1.11

Para Contraf-CUT, Febraban se desvia dos direitos dos bancários

Proposta da entidade patronal procura desvincular estabelecimentos de crédito das instituições financeiras, inclusive em relação a funcionários



São Paulo – Para o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Marcel Barros, a proposta da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) quer passar por cima das atuais leis, abrindo uma brecha para que as instituições bancárias possam precarizar os direitos trabalhistas.



A Febraban encaminhou na semana passada proposta ao Banco Central que visa a evitar que estabelecimentos comerciais que recebem contas e ofertam crédito sejam consideradas instituições financeiras, além de considerar que os funcionários dessas instituições não devem ter os mesmos direitos dos bancários.


"Eles (Febraban) continuam espertinhos demais para o nosso gosto. Eles querem agora legislar em causa própria para garantir que bancários tenham direito algum, porque eles começam a perder na Justiça", criticou o secretário. Além da questão dos direitos, a nomenclatura da categoria também pode ser modificada. "O nome, no caso, mudaria de correspondente bancário e não-bancário. Neologismo", ironizou.


Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico, o BC propõe aos correspondentes atuarem somente nos pontos onde haja formalização de vínculo entre empresa-funcionário. Também há possibilidade de que os empregados tenham treinamento e noções de operação de Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Já a proposta da Febraban sugere que o reconhecimento seja restrito às entidades que realizam operações de crédito e arrendamento mercantil, por órgão certificador reconhecido.


Questionado sobre um cenário onde o Febraban tenha suas propostas contempladas, Barros garantiu que a Contraf irá mostrar ao Banco Central seu posicionamento. "Primeiro que, quem trabalha dentro de banco e estabelecimento de crédito não é correspondente bancário, e sim, bancário. É mais uma manobra para empurrar as filas que eles não querem das agências bancárias, se desviando do peso dos direitos dos trabalhadores fora das agências", pontuou.


Fonte: Rede Brasil Atual, com Contraf-CUT

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