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23.3.07

Sexta, 23 de março (Informes sobre Reforma Estatutária da Cassi)


Dia de trabalho à tarde na Contraf-CUT. Reunião sobre o novo site.

Trabalhei 6 horas.


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Post Scriptum:

Reforma Estatutária da Cassi - Propostas de mudanças que serão levadas à consulta ao corpo social: reproduzimos abaixo uma matéria da Aafbb falando a respeito da questão. Pelo que se percebe, o texto é um artigo de alguém da Cassi, provavelmente um representante eleito, mas não consta a assinatura do autor. 

O blog não está fazendo juízo de valor sobre o texto, a reprodução do mesmo é para mero conhecimento.

(reprodução de matéria)


Principais pontos do plano de reestruturação da Cassi

26 de março de 2007


“Nós até podemos escolher o que semear, mas necessariamente vamos colher o que plantamos” (Provérbio Chinês)


A última reforma estatutária, realizada em 1996, trouxe mudanças importantes: democratização da gestão (participação de eleitos, paritariamente na diretoria, em maioria no Conselho Deliberativo e na totalidade do Conselho Fiscal); possibilidade de instituir outros planos, como é o caso do Plano Cassi Família; adoção de um novo modelo assistencial apoiado em serviços próprios; e aumento na contribuição dos associados (de 1% para 3% do salário bruto) e do Banco (de 2% para 4,5% da folha de pagamento).

Ocorre que 1996 foi também o ano em que o Banco mudou a sua política de recursos humanos, parando de conceder reajuste aos funcionários da ativa por praticamente 8 anos. Mas não foi só isso. O Banco achatou o PCS (o interstício entre as letras foi reduzido de 12% para 3%), extinguiu o anuênio, mudou a natureza da verba salarial (passou a pagar abonos, participação nos lucros e resultados, vale alimentação, valores que não sensibilizam as receitas da Cassi).

Por último, e não menos importante, o Banco voltou a admitir funcionários, a partir de 1998, pagando o menor salário de sua história. E sobre o salário desses novos colegas, que já são 50% da mão de obra ativa do BB, recolheu apenas 3% e não os 4,5% previstos no estatuto.

As despesas médicas, no mundo inteiro, crescem em proporção muito maior do que a inflação normal da economia, por diversos fatores como a prevalência de doenças crônicas e degenerativas (tratadas por muito mais tempo), pelo surgimento altamente veloz de novos medicamentos e novas tecnologias, sempre mais onerosas, e pelo envelhecimento da população.

A associação desses dois fenômenos (despesas sempre crescentes e receitas contidas porque indexadas a salários praticamente congelados por 8 anos) foi fatal e fez com que, já em 1999, o plano de associados viesse a apresentar déficits operacionais que foram consumindo as reservas da Cassi. A situação só não foi ainda pior porque a partir de 1997 os aposentados passaram a ter seus benefícios corrigidos por índices que repunham a inflação, deixando de acompanhar o salário dos funcionários da ativa como até então, graças à reforma estatutária da Previ.


Desde 2000, portanto, vimos denunciando os déficits do plano dos associados (aliás, em 1999 e 2000 o Plano Cassi Família também apresentou déficit operacional), sem no entanto conseguirmos sensibilizar os gestores, em especial os da área de recursos humanos do Banco do Brasil, para a necessidade de restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do Plano dos Associados.

O Plano Cassi Família – Equilíbrio Atuarial a Preços Competitivos

Abro aqui um parêntesis para falar um pouco da realidade do Plano Cassi Família. Desde 2001, esse plano que já atende 280.000 de nossos familiares até terceiro grau, vem operando em equilíbrio atuarial e apresentando superávits operacionais e financeiros que resultam em reservas crescentes. É preciso dizer que esse plano tem preços bastante competitivos quando comparado com os principais planos de abrangência nacional, oferece a maior cobertura do mercado e não faz restrição a doenças e lesões pré-existentes, prática das operadoras de mercado que, nesses casos, estendem a carência para até dois anos. Ou seja, quando a Cassi detém a gestão da curva da receita (o que não acontece com o plano dos associados, cuja receita é determinada pelo Banco) conseguimos apresentar um desempenho mais eficaz do que as principais operadoras do mercado.

O Plano Negociado

Voltando ao Plano dos Associados, os sucessivos déficits foram consumindo as reservas a ponto de não haver mais saída senão a negociação de uma proposta saneadora, que acabou se encerrando no último dia 7.2.2007, em rodada havida entre os representantes do Banco do Brasil e a Comissão Especial de Negociação composta pelos diretores e conselheiros eleitos, pela Comissão de Empresa e por representante dos aposentados.

Os principais pontos econômicos da proposta são os seguintes:

a) Aporte de 300 milhões pelo Banco do Brasil, sendo 150 milhões em 2007 e mais três parcelas de R$ 50 milhões nos três anos seguintes, corrigidos pelo INPC;
b) Regularização da contribuição dos funcionários admitidos a partir de 1998 (de 3% para 4,5% da folha de pagamento);
c) Assunção, pelo Banco do Brasil, do déficit operacional (estimado em R$ 12 milhões) do grupamento de dependentes indiretos (parentes que até 1996 eram admitidos no plano, por decisão do Banco, a partir da comprovação da dependência financeira), até a extinção dessa população;
d) Incidência de contribuição sobre o 13º salário para o Banco e para os associados, o que deverá significar o ingresso de receitas da ordem de R$ 60 milhões anuais;

e) Extensão do mecanismo de co-participação (incidente hoje sobre consultas, visita domiciliar, psicoterapia e acupuntura) para eventos não hospitalares, no percentual de 10%, limitados a 1/24 do salário por mês.

Aqui cabe explicar que essa co-participação não deve ser considerada um mecanismo de custeio, mas um fator moderador do consumo de serviços médicos, muitas vezes solicitados desnecessariamente. Foram excluídos os tratamentos de radioterapia, quimioterapia, diálise/hemodiálise e oxigenoterapia hiperbárica (utilizada no tratamento de recuperação de tecidos queimados, de feridas de difícil cicatrização e de embolia pulmonar, por exemplo), por serem tratamentos que não dependem da vontade ou do arbítrio dos pacientes. Além disso, foram acordadas também outras cláusulas relacionadas à gestão.

As principais são as seguintes:

a) Eleição direta para a Diretoria de Saúde e Diretoria de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, que terão suas funções e atribuições definidas em estatuto;
b) Instituição da representação paritária no Conselho Deliberativo (4 eleitos e 4 indicados pelo Banco);
c) Inclusão da representação paritária no Conselho Fiscal (3 eleitos e 3 indicados pelo Banco);
d) Manutenção da eleição a cada dois anos para diretores e conselheiros que representam o corpo social;
e) Substituição a qualquer tempo dos representantes indicados pelo Banco.

A Hora de Debater e de Participar

Não podemos dizer que essa seja uma proposta redentora, capaz de trazer perenidade ao Plano de Associados, mas não deixa de ser um avanço importante, que demonstra pelo menos o despertar do Banco do Brasil para aquele que é o principal benefício considerado pelos funcionários do Banco do Brasil.

Como representante dos associados nas negociações, não gostaríamos de estar trazendo mais ônus para a coletividade que representamos, como é o caso da contribuição sobre o 13º e da co-participação em eventos médicos. Mas no mundo real, nem sempre as coisas se dão de acordo com a nossa melhor expectativa. A velha contenda capital versus trabalho continua a valer nesses processos negociais, qualquer que seja o Governo, quaisquer que sejam as colorações ideológicas dos negociadores do Banco do Brasil, tenham eles ou não identificação com as causas históricas da nossa coletividade.

Acordados esses pontos principais, há ainda um longo caminho a percorrer: fechamento de texto final do novo estatuto; apreciação e deliberação pelo Conselho Deliberativo da Cassi; aprovação pelo Banco do Brasil, e debate com os associados. E tudo isso só passará a valer mesmo depois da aprovação do corpo social da Cassi.
Procurei, neste privilegiado espaço, trazer as informações mais importantes para todos os que vão participar da discussão destas propostas e da votação do texto estatutário. O quórum exigido é elevado, depende sobremaneira da participação dos colegas aposentados. Que não podem deixar de votar, mas que precisam votar conscientes. 

Como nem tudo pode ser esclarecido em um texto, registro os canais que poderão ser utilizados para elucidação das dúvidas: por telefone, a Central de Atendimento da Cassi (0800 729 00 80).

Fonte: Aafbb

21.3.07

Quarta, 21 de março (Artigo sobre a derrota da solidariedade na PLR do BB)


Trabalhando com questões do BB e respondendo e-mails de bancários.

Trabalhei 5 horas.

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Post Scriptum: segue abaixo o artigo que fiz após a derrota da solidariedade na proposta da PLR apresentada pela direção do Banco do Brasil com evidente prática antissindical, diminuindo o valor a receber dos grevistas e semeando o individualismo e a competição sem limites entre colegas de trabalho. Enquanto o governo Lula seguia dialogando e construindo propostas de avanços para o povo brasileiro, seus indicados nas empresas públicas sacaneavam o movimento sindical e a classe trabalhadora... são as contradições da esquerda quando chega ao poder.

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ARTIGO – PLR do BB: A derrota da solidariedade

21 de março de 2007

Por William Mendes *


Confesso que estou decepcionado com o resultado das assembleias do Banco do Brasil. A maior parte dos bancários aprovou a proposta de PLR referente ao segundo semestre de 2006. Foi uma derrota da solidariedade aos colegas substitutos que participaram da greve – e que terão perdas em seu benefício – e uma vitória do individualismo.

A Contraf-CUT e a ampla maioria de seus mais de cem sindicatos indicaram a rejeição pelo fato de o banco incluir na proposta uma punição aos substitutos que fizeram greve. Desde quando existe movimento de luta dos trabalhadores, são os grevistas que acabam conquistando os direitos e melhorias que depois repercutem para toda a classe trabalhadora.

A aceitação da proposta é mais uma estocada do Banco do Brasil no seu perfil de empresa pública preocupada com a responsabilidade social. É mais um passo na luta do BB contra a solidariedade e o bem-estar dentro do ambiente de trabalho.

A primeira batalha do BB nesta luta inglória foi em meados da década de noventa, quando o banco alterou drasticamente sua fórmula de remuneração. Desde o PDV (plano de demissão voluntária) instituído pelos tucanos em 1995 e que ceifou mais de 50 mil postos de trabalho em 2 anos – além de dezenas de suicídios, o objetivo da empresa sempre foi quebrar o que havia de mais forte no conjunto de seus funcionários: a solidariedade.

De lá para cá, a empresa reduziu consideravelmente a parte fixa do salário e instituiu centenas de comissões para matar dois coelhos com uma só cajadada:

-Acabar com a jornada bancária de 6 horas, instituindo o falso comissionamento, que leva um bancário a receber uma comissão que não paga nem a jornada com 2 horas a mais;

-e passou a fazer com que todos vendam a mãe para ganhar uma promoção, de forma a dobrar ou triplicar a remuneração do dia para a noite.

De duas, uma:

Ou nós conseguimos convencer o corpo funcional do BB que não é este banco público que vislumbramos, onde os bancários se matam de trabalhar para cumprir metas absurdas que não geram quase retorno algum para a empresa, pois os produtos pertencem a coligadas que são empresas privadas; onde o salário principal não depende do encarreiramento do bancário e sim de ter "comissões" que o deixa na corda bamba, pois o empregado pode perdê-las a qualquer momento; onde o banco terceiriza tudo que pode e vemos trabalhadores precarizados (2ª linha?) fazendo o mesmo por menos e muitos até passando fome, pois, as terceirizadas não pagam nem o salário em dia;

Ou não teremos como defender o Banco do Brasil enquanto empresa pública que atua como regulador do Sistema Financeiro Nacional, cobra taxas de juros e spread menores, respeita a sociedade e seu corpo funcional, atue como forte agente em DRS, em Pronaf, crédito de exportação etc. A continuar como está, não há justificativa à sociedade.

As assembleias que votaram pela aprovação da proposta de PLR, agora, reforçam a trajetória do BB neste caminho em que “vale-tudo” para crescer dentro da empresa. Nem os bancos privados puniram os grevistas, como fez o Banco do Brasil em sua PLR.

Diz o novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa que solidariedade, entre outras coisas, é a “relação de responsabilidade entre pessoas unidas por interesses comuns, de maneira que cada elemento do grupo se sinta na obrigação moral da apoiar o(s) outro(s)”.

Foi este sentimento, esta “obrigação moral”, que morreu um pouco mais após as assembleias do Banco do Brasil.


* William Mendes é secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

20.3.07

Terça, 20 de março (Assembleia de PLR do BB e artigo meu)


Dia de Trabalho será à tarde na Contraf-CUT e à noite, estarei na assembleia de PLR do BB na quadra dos bancários em São Paulo.

Trabalhei 9 horas.

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Post Scriptum: publiquei no dia anterior à assembleia de nosso sindicato, no dia 19 de março, artigo na Contraf-CUT dizendo por que os bancários deveriam rejeitar a discriminação e prática antissindical da direção do BB aos colegas grevistas.

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Artigo: Por que rejeitar a proposta de PLR do BB

19 de março de 2007


Em 2003, foram conquistadas as PLRs dos anos de FHC, não pagas aos grevistas em anos anteriores. A discriminação não pode voltar

Por William Mendes


Uma das primeiras medidas negociadas entre os representantes da Contraf-CUT e a direção do BB, em 2003, nos primeiros contatos com o governo Lula, foi para resolver questões que tratavam da tal "Herança Maldita" da era FHC.

Uma das vitórias que obtivemos na época foi muito importante para nós sindicalistas e bancários que lutaram e fizeram a resistência àquele período que se destruía nossos direitos e caminhávamos para a privatização.

Foi conquistado que o BB pagasse a PLR negada a todos os bancários que haviam feito greve nos anos anteriores e que por isto tinham sido preteridos na hora da distribuição do lucro no programa provisório, sem acordo com o movimento sindical Cutista, que vigorou por 9 semestres e que pagava uns trocados para a base da pirâmide e milhares de reais para seus executivos.

Agora, a direção do banco tenta fazer discriminação aos bancários substitutos que fizeram greve em 2006.

Se os funcionários do BB aceitarem essa provocação, por uma ansiedade natural de receber a PLR (que hoje existe e os valores são consideráveis), quem garante que na próxima proposta a empresa não dê mais um passo rumo ao atraso e proponha que grevista não deva receber nem o valor efetivo?

Devemos rejeitar a proposta e exigir que o banco inclua a falta por greve nos itens que não interrompem a substituição. Só assim faremos a empresa entender que seus funcionários não pensam como seus diretores – que usam o assédio moral e intimidações – e que paciência tem limite.


William Mendes é secretário de Imprensa da Contraf-CUT e representante por São Paulo na Comissão de Empresa dos funcionários

19.3.07

Segunda, 19 de março (Comunicado Espelho Fax PLR)


Dia de trabalho entre o Sindicato e a Contraf-CUT.

Trabalhei 7 horas.


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Post Scriptum:

Comunicado da Contraf-CUT:


O Espelho Fax 

DTX0 - Informativo da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil – nº 286/março/07

BB divulga comunicado tentando
enganar os bancários sobre a PLR

O banco só confessa a discriminação aos substitutos grevistas no último 
parágrafo, depois de um longo texto dúbio e escorregadio
  

O Banco do Brasil tentou enganar os bancários nesta sexta-feira com um comunicado interno escorregadio onde jura que a PLR não discrimina ninguém. Lá no pé da mensagem, no último parágrafo, é que o BB se contradiz e explica que os funcionários substitutos que fizeram greve perderão dinheiro.

Com o título “PLR inclui todos os funcionários”, o comunicado do banco mente logo no segundo parágrafo ao dizer: “é importante ressaltar que não existe restrição ao pagamento de PLR a qualquer grupo de funcionários”.

Como se os bancários não soubessem ler e interpretar um texto, diz no último parágrafo, depois de muita enrolação, que no caso dos substitutos grevistas há sim retaliação. Só que de uma maneira dúbia e escorregadia: “Faltas ocasionadas por greve não resultam na perda do direito de receber PLR. O que se configura, nesse caso, é a interrupção do exercício de substituição em cargo comissionado. Mas o funcionário receberá a Participação nos Lucros de acordo com seu cargo efetivo, demonstrando assim que não há, por parte do Banco do Brasil, qualquer discriminação a funcionários”.

“Ora, como não há discriminação com funcionários, se o BB mesmo confessa que os substitutos grevistas vão perder direito? A prova de que é uma retaliação são os valores irrisórios que o banco está querendo economizar. Trata-se de R$ 241,00 a mais, que para os funcionários fazem diferença, mas para o BB não tem praticamente impacto”, explica Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil.

“Este comunicado interno é mais uma das práticas pouco saudáveis do BB. A matéria é tão infeliz que, além de só dizer o que já está no acordo, comprova que o banco está punindo aqueles que fizeram greve na última campanha salarial. Em primeiro lugar, desde a greve de 2003, nenhum bancário deixa de receber ‘a PLR de acordo com seu cargo efetivo’. Ou o banco se esqueceu disto ou está tentando fazer os bancários de bobos, como alguns gestores que vivem ameaçando seus comandados dizendo que se a dependência não cumprir o acordo de trabalho, deixa de receber PLR. É mentira do gestor do banco”, diz William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa.

O dirigente destaca que no comunicado interno o BB ainda tenta posar de bom moço ao dizer que “o Banco decidiu que as ausências legais passam a não ser consideradas como interrupção da substituição de cargo comissionado ou de caixa executivo, desde que a substituição tenha ocorrido ininterruptamente durante todo o semestre”.

“Isto foi uma exigência da Contraf-CUT, que recebeu informações de diversos sindicatos de que muitos funcionários deixavam de receber a PLR no valor do cargo substituído por interromper os 180 dias com ausências legais citadas na Convenção da categoria, faltas com atestado-médico e faltas por greve (código reclassificado para 490). Nós que exigimos que o banco não discriminasse mais esses trabalhadores e a diretoria só cedeu na segunda rodada de negociações depois de muita pressão. Pelo banco, esta nova discriminação seria mantida”, comenta William.


16.3.07

Sexta, 16 de março (participação na reunião executiva do Seeb SP e matéria sobre PLR no BB)


Estarei no sindicato em São Paulo participando da reunião executiva.

Trabalhei 8 horas.

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Post Scriptum: reproduzo abaixo uma matéria da Contraf-CUT a respeito da direção do Banco do Brasil, que tenta fazer os bancários de idiotas, faz prática antissindical ao pagar menos PLR para pessoas que fizeram greve e contribuem para indispor trabalhadores com o governo do PT. Os desgraçados da direção, inclusive as pessoas que se dizem progressistas e ou ex-militantes de esquerda, sabem que no BB as comissões às vezes equivalem a mais da metade da remuneração dos bancários do BB.

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BB divulga comunicado tentando enganar os bancários sobre a PLR

16 de março de 2007


O banco só confessa a discriminação aos substitutos grevistas no último parágrafo, depois de um longo texto dúbio e escorregadio


(São Paulo) O Banco do Brasil tentou enganar os bancários nesta sexta-feira com um comunicado interno escorregadio onde jura que a PLR não discrimina ninguém. Lá no pé da mensagem, no último parágrafo, é que o BB se contradiz e explica que os funcionários substitutos que fizeram greve perderão dinheiro.

Com o título “PLR inclui todos os funcionários”, o comunicado do banco mente logo no segundo parágrafo ao dizer: “é importante ressaltar que não existe restrição ao pagamento de PLR a qualquer grupo de funcionários”.

Como se os bancários não soubessem ler e interpretar um texto, diz no último parágrafo, depois de muita enrolação, que no caso dos substitutos grevistas há sim retaliação. Só que de uma maneira dúbia e escorregadia: “Faltas ocasionadas por greve não resultam na perda do direito de receber PLR. O que se configura, nesse caso, é a interrupção do exercício de substituição em cargo comissionado. Mas o funcionário receberá a Participação nos Lucros de acordo com seu cargo efetivo, demonstrando assim que não há, por parte do Banco do Brasil, qualquer discriminação a funcionários”.

“Ora, como não há discriminação com funcionários, se o BB mesmo confessa que os substitutos grevistas vão perder direito? A prova de que é uma retaliação são os valores irrisórios que o banco está querendo economizar. Trata-se de R$ 241,00 a mais, que para os funcionários fazem diferença, mas para o BB não tem praticamente impacto”, explica Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil.

“Este comunicado interno é mais uma das práticas pouco saudáveis do BB. A matéria é tão infeliz que, além de só dizer o que já está no acordo, comprova que o banco está punindo aqueles que fizeram greve na última campanha salarial. Em primeiro lugar, desde a greve de 2003, nenhum bancário deixa de receber ‘a PLR de acordo com seu cargo efetivo’. Ou o banco se esqueceu disto ou está tentando fazer os bancários de bobos, como alguns gestores que vivem ameaçando seus comandados dizendo que se a dependência não cumprir o acordo de trabalho, deixa de receber PLR. É mentira do gestor do banco”, diz William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa.

O dirigente destaca que no comunicado interno o BB ainda tenta posar de bom moço ao dizer que “o Banco decidiu que as ausência legais passam a não ser consideradas como interrupção da substituição de cargo comissionado ou de caixa executivo, desde que a substituição tenha ocorrido ininterruptamente durante todo o semestre”.

“Isto foi uma exigência da Contraf-CUT, que recebeu informações de diversos sindicatos de que muitos funcionários deixavam de receber a PLR no valor do cargo substituído por interromper os 180 dias com ausências legais citadas na Convenção da categoria, faltas com atestado-médico e faltas por greve (código reclassificado para 490). Nós que exigimos que o banco não discriminasse mais esses trabalhadores e a diretoria só cedeu na segunda rodada de negociações depois de muita pressão. Pelo banco, esta nova discriminação seria mantida”, comenta William.

Fonte: Contraf-CUT

15.3.07

Quinta, 15 de março (Artigo sobre a composição da PLR do BB)


Trabalho na parte da tarde na Contraf-CUT.

Trabalhei 6 horas.

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Post Scriptum: A direção do BB decidiu perseguir os grevistas no 1º ano do 2º mandato do presidente Lula. Contradição pura é o nosso dia a dia na luta de classes. Como dirigente que negociou as PLR do BB desde a primeira delas, conquistada com a greve de 2003, fiz um artigo publicado na Contraf-CUT sobre o tema. Veja abaixo:

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ARTIGO: Entenda a composição da PLR do BB

15 de março de 2007 - 19:04

Por William Mendes*


Logo após a divulgação da proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) feita pelo Banco do Brasil, a Contraf-CUT recebeu dezenas de e-mails questionando sobre o módulo variável. No semestre passado, os funcionários receberam uma parcela equivalente a 95% do salário, que agora seria de 45%.

Esta redução da porcentagem do salário já era prevista. Desde 2003, quando conquistamos com a greve o modelo de PLR da Fenaban, o percentual do salário gira em torno dos 40%. Naquele ano, reivindicamos o modelo da Convenção Coletiva (80% do salário + R$ 828 fixos em valores atualizados), que é anual, e adaptamos à nossa PLR que é semestral. No último semestre, o BB teve um lucro que incluiu quase R$ 2 bilhões de créditos tributários. Com o montante envolvido conseguimos dar esse salto na porcentagem. Mas foi um valor extraordinário, que se deveu justamente ao lucro maior do banco.

É importante destacar que se fossem aplicados os 95% do semestre anterior, praticamente todo o montante destinado à PLR seria consumido com esta parte do módulo variável. Isto quer dizer que a metade da pirâmide para baixo seria prejudicada e os altos salários seriam favorecidos.

Não é isto que a Contraf-CUT defende. Brigamos pela distribuição do percentual do lucro líquido de forma linear para privilegiar a base da pirâmide. A parte fixa da PLR de R$ 412 e os R$ 1.011,36 referentes à distribuição dos 4% do lucro líquido consomem quase a metade do montante reservado, o que é importante para os trabalhadores que ganham menos.

Vale ressaltar que o problema da PLR do BB está nos critérios de distribuição, que penaliza os bancários substitutos que participaram da greve no ano passado. Além de ser muita cara-de-pau da empresa não reduzir o módulo bônus do topo da pirâmide, ou seja, dos NRF 01, na mesma proporção de todos os bancários.

O modelo da PLR não é problema e nós entendemos ser bastante positivo, inclusive se comparado ao da categoria, que foi a nossa referência. Pois os bancos privados não aceitaram até hoje a distribuição de parte do lucro de forma linear.

É bom lembrar, ainda, que a Contraf-CUT tem aceito o módulo ATB (acordo de trabalho) desde o primeiro semestre de 2005 por considerar avanços as conquistas para o conjunto dos bancários nos módulos variável e fixo, que não excluem ninguém.

Desta vez, a Contraf-CUT está indicando a rejeição da proposta nas assembleias porque o BB quer perseguir e punir os colegas substitutos que lutaram na campanha salarial passada. E isto não podemos admitir, mesmo que tenhamos que programar uma greve para as próximas semanas não só pela PLR, mas pelo “conjunto da obra” do BB.


* William Mendes é secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB

14.3.07

Quarta, 14 de março (BB persegue grevistas na PLR)


Trabalho à tarde na Contraf-CUT em SP.

Trabalhei 5 horas.

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Post Scriptum: após nova rodada de negociações com a direção do banco, os caras mantiveram a proposta de punir os grevistas que fizeram greve diminuindo um pouco a PLR daqueles que fizeram substituições de funções durante o semestre. Reproduzo matéria da Contraf-CUT sobre a questão.

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PLR: BB quer punir os substitutos que participaram da greve

13 de março de 2007


Contraf-CUT orienta rejeição da proposta nas assembleias

(São Paulo) Em mais uma rodada de negociação realizada na tarde desta terça-feira, o Banco do Brasil manteve sua proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que pune os funcionários substitutos que participaram da greve no ano passado, durante a campanha salarial. Depois de muita pressão da Contraf-CUT, o BB cedeu no caso das ausências legais e se comprometeu a pagar integralmente a PLR para os substitutos que precisaram faltar por luto, casamento ou outro motivo previsto no acordo coletivo.

“Tivemos um pequeno avanço nesta quarta rodada de negociações no que diz respeito às ausências legais. Mas o Banco do Brasil continua intransigente e quer punir os substitutos que participaram da greve. Isto é uma retaliação, a Contraf-CUT não admite que esses funcionários sejam discriminados e não recebam a PLR pela comissão exercida. Trata-se claramente de uma ‘vingança’ do BB, já que o impacto financeiro com o pagamento integral da PLR para os substitutos grevistas é irrisório”, explicou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Diante do impasse nas negociações e da intransigência do BB em manter a retaliação, a Contraf-CUT orienta os bancários que rejeitem a proposta apresentada pelo banco nas assembleias que serão realizadas pelos sindicatos.

“Esta punição aos substitutos que participaram da greve vai na contramão dos ideais que o movimento sindical bancário cutista sempre defendeu. A greve é um instrumento legal previsto na Constituição Brasileira e esta retaliação tenta cercear o direito, além de intimidar o bancário a participar das greves. A Contraf-CUT não aceita isto e as assembleias devem rejeitar esta proposta esdrúxula do BB” afirmou William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa.

O dirigente lembra que, segundo a Convenção Coletiva dos Bancários, os dias parados na greve do ano passado seriam compensados até o dia 31 de dezembro, sem qualquer tipo de punição. “O BB está rasgando a Convenção da qual ele mesmo foi signatário. Estamos tendo um verdadeiro retrocesso no Banco do Brasil, com perseguições aos grevistas que remontam aos anos de chumbo do governo FHC. Não podemos admitir esta injustiça num governo democrático e popular, cuja origem está no movimento dos trabalhadores”, comentou William.

A PLR

Apesar da retaliação aos funcionários substitutos grevistas, a Contraf-CUT conseguiu garantir uma importante vitória para os bancários do BB. Com a proposta colocada na mesa, os funcionários consolidaram o modelo de PLR pago nos semestres anteriores, que é um dos melhores do sistema financeiro nacional.

A proposta prevê R$ 1.423,36 de módulo linear, composto de R$ 412 de parcela fixa e mais R$ 1.011,36 referentes à distribuição de 4% do lucro líquido.

O módulo variável seria de 45% do Vencimento Padrão do E6 para o escriturário; E6 mais comissão de caixa para os caixas; e do VR para os comissionados (ou VR mais DM quando for o caso).

Fonte: Contraf-CUT

13.3.07

Terça, 13 de março (Entenda o impasse na PLR do BB)


Reunião do secretariado da Contraf-CUT às 9:30h.

Decisão sobre a PLR do BB a ser tomada pela Comissão de Empresa da Contraf-CUT hoje. Banco quer discriminar bancários.

Trabalhei 11 horas.

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Post Scriptum: reprodução de texto da Contraf-CUT a respeito da PLR do BB. Estávamos numa queda de braço com a direção do banco, que queria perseguir grevistas.

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Entenda o impasse na PLR do BB

13 de março de 2007


Contraf-CUT e BB voltam a negociar hoje, às 16h


(São Paulo) O Banco do Brasil está se utilizando do quarto parágrafo da cláusula quinta da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para discriminar os funcionários substitutos.

Segundo a proposta do BB, todos os bancários que substituíram no segundo semestre de 2006 e tiveram interrupção na substituição por greve ou ausências legais (luto, casamento etc) não receberão a PLR pela comissão exercida.

“Isto é um absurdo, é uma retaliação contra os grevistas e que atinge, inclusive, quem se utilizou das ausências legais para levar um filho ao médico, por exemplo. A prova de que se trata de uma discriminação e retaliação é que se o BB pagasse a PLR para todos, com o formato de distribuição que queremos, o impacto financeiro para a empresa seria mínimo. A greve é um instrumento legal prevista na Constituição Brasileira e as ausências legais estão expressas no Acordo Coletivo. São direitos dos trabalhadores, que o BB está tentando restringir”, explicou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

O dirigente lembra que este tipo de discriminação era comum na década passada e se estendeu até 2002, quando o BB preferia fechar o acordo com uma confederação que representa menos de 10% dos bancários.

“Com a greve de 2003 e o início do governo Lula, conquistamos o modelo de PLR que a categoria sempre lutou e que não discrimina ninguém. Foi um verdadeiro absurdo esta intransigência do Banco do Brasil em mesa de negociação porque ela representa um retrocesso na relação entre o movimento sindical e o BB”, afirmou William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa.

William destaca que o BB poderia levar mais a sério a cláusula segunda do acordo da PLR, que fala sobre os objetivos do programa: “fortalecer a parceria entre o funcionário e o Banco; reconhecer o esforço individual e da equipe na construção do resultado; estimular o interesse dos funcionários na gestão e nos destinos do Banco”.

Nova negociação às 16h

O BB procurou hoje a Contraf-CUT e solicitou nova rodada de negociações para as 16h desta terça-feira, dia 13. É a quarta reunião e os bancários esperam que o impasse seja superado.

As negociações sobre a PLR com o BB começaram na quinta-feira passada, se estenderam de manhã até o final da tarde de sexta e continuaram na segunda. Desde o primeiro dia, a Contraf-CUT está trabalhando para que o banco recuasse e efetuasse a distribuição correta da PLR.

Como rezam as práticas e normas de negociação, a Contraf-CUT não publicou até agora o motivo do impasse na tentativa de encontrar uma solução em mesa de negociação.

“Agimos dentro dos princípios da boa-fé, de quinta-feira até hoje, quando o próprio banco desonrou o compromisso negocial e divulgou a proposta pelo SISBB”, finalizou Marcel.

Valores da PLR

O formato da PLR segue o mesmo modelo pago nos semestres anteriores, que foi uma grande vitória dos bancários do BB. Os valores foram apresentados na negociação de sexta-feira.

A proposta prevê R$ 1.423,36 do módulo linear. Este valor é composto de R$ 412 de parcela fixa e mais R$ 1.011,36 referentes à distribuição de 4% do lucro líquido.

O módulo variável seria de 45% do Vencimento Padrão do E6 para o escriturário; E6 mais comissão de caixa para os caixas; e do VR para os comissionados (ou VR mais DM quando for o caso).

Fonte: Contraf-CUT

6.3.07

Terça, 6 de março (Relações com a base)


Pela manhã, respondendo e-mail de bancários e vendo questões do BB.

À tarde, na Contraf-CUT e no fim do dia tenho uma reunião marcada em uma agência do BB.

Trabalhei 8 horas.

2.3.07

Sexta, 2 de março (Reunião de diretoria do Sindicato)


Trabalhando pela manhã com assuntos do BB e da Comissão de Empresa.

À tarde, estive no SDS - sistema diretivo do sindicato. A pauta foi uma apresentação do projeto Travessia, fundação criada pelo sindicato há dez anos e que trabalha com crianças e adolescentes em situação de risco.

É GRATIFICANTE SABER QUE FAZEMOS PARTE DE PROJETO TÃO NOBRE!

Trabalhei 10 horas.

1.3.07

Quinta, 1o de março (Manifesto sobre papel do BB)


Dia de trabalho na secretaria de imprensa da Contraf-CUT.

Trabalhei 7 horas.

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Post Scriptum: produzimos um manifesto cobrando da direção do banco do Brasil e do governo Lula que o banco deve ser um agente de desenvolvimento do governo. O texto foi publicado na Contraf-CUT.

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MANIFESTO: O BB precisa tornar-se agente de desenvolvimento do governo

1 de março de 2007 - 20:19


Sempre defendemos que o Banco do Brasil tenha papel fundamental na execução de políticas de desenvolvimento nacional e regional, de indutor de políticas de crédito e moderador das taxas de juros do sistema financeiro. A orientação neoliberal de governos passados deslocou o Banco desses papéis.

A eleição do governo Lula, em 2002, representou uma nova expectativa para o funcionalismo do banco e para a sociedade que sempre quis o BB como sinônimo de fomento à agricultura, a indústria, às micro e pequenas empresas. A eleição entusiasmou a todos que acreditam no desenvolvimento e se opuseram à sanha privatista dos dois governos tucanos.

A expectativa se renovou em 2006. O tema das privatizações foi determinante na disputa eleitoral e mostrou que a população não aceita a liquidação de empresas-símbolo para o país, pelo papel que desempenham e pela sua eficiência. O povo reafirmou que Banco do Brasil, Caixa, Petrobrás e outras empresas devam permanecer sob o controle do Estado. No debate eleitoral, a candidatura do PSDB/PFL foi levada à defensiva e não conseguiu explicar porque o governo FHC abriu mão de patrimônio público, aprofundou o déficit público e social e não trouxe nenhum benefício à população.

Para as entidades sindicais e do funcionalismo que sempre resistimos ao esvaziamento do papel público e social do BB e à sua privatização, a reeleição de Lula acendeu novamente a esperança de que o Banco retomasse o papel histórico de agente financeiro articulado ao esforço governamental para inserir milhões de brasileiros na estrutura produtiva e incentivar a geração de emprego e renda. Renovamos a esperança de ver mudanças efetivas na direção da empresa e alinhar o banco a políticas públicas prioritárias.

O BB pode se transformar em agente de políticas de crédito, de fomento e de moderador das taxas de juros sem abrir mão das melhores práticas de governança e de sua participação no mercado. Pode garantir retorno adequado aos acionistas sem abrir mão de ações e programas que contribuam para o desenvolvimento nacional, uma das diretrizes da sua missão institucional.

O Banco precisa incentivar o crédito como fator de inclusão social, voltando-se para a atividade produtiva, o microcrédito urbano, a inclusão econômica e o apoio à agricultura familiar. Deve priorizar ações integradoras de cadeias e arranjos produtivos locais e o desenvolvimento regional sustentável. Deve fortalecer e expandir seu apoio ao comércio exterior e às empresas brasileiras que se internacionalizam. Deve apoiar setores voltados para o desenvolvimento de novas tecnologias.

A agropecuária é fundamental para o país. O Banco, mesmo sendo forte alavanca dos agronegócios, continua a dever ações que dinamizem e fortaleçam os pequenos e micro produtores rurais e contribuam para manter o homem no campo. Nestes quatro anos, o BB foi um fraco parceiro do governo Lula e só incentivou a agricultura familiar e as pequenas propriedades quando instado pelo governo. Mas continuou canalizando a maioria das linhas de crédito para o agronegócio e as grandes propriedades, colaborando com a concentração de renda e propriedade.

A estratégia do DRS (Desenvolvimento Regional Sustentável) poderia se contrapor a esse modelo concentrador de renda. Mas não contou com o apoio da maioria da direção do Banco e foi tratada como uma grife a ser apresentada nos relatórios de responsabilidade socioambiental da empresa. É preciso ampliar os programas do DRS, fazendo desta uma política de primeira grandeza do banco.

Pela sua capilaridade, seu histórico de envolvimento e seu relacionamento com as comunidades locais e pela multiplicidade de linhas de crédito que oferece, o BB pode ser o grande estimulador de negócios em setores com potencialidade criativa, associativa e empreendedora, que têm aumentado sua importância social e são cada vez mais reconhecidos na economia mundial. Para isso, seria necessário firmar convênios com cooperativas e associações de pequenos empreendedores, o que não acontece pelo conservadorismo dos atuais dirigentes do banco. Em vez de incentivar o cooperativismo, o banco só vê os produtores cooperados como potenciais consumidores de produtos de seguridade.

Nos negócios internacionais reside, talvez, o maior desalinhamento entre o Banco e as prioridades do governo. Lula fortaleceu as relações do Brasil com seus vizinhos da América do Sul, com os países emergentes da África, Oriente e Ásia. O Banco não acompanhou a aproximação brasileira com estes países nem a internacionalização de empresas brasileiras. Na América Latina, por exemplo, enquanto bancos espanhóis avançam, o BB reduz o número de agências e de escritórios, caminhando em direção oposta à do governo.

Eleito, Lula inaugurou seu segundo mandato lançando o Programa de Aceleração do Crescimento, para incentivar um novo ciclo de desenvolvimento no país, com distribuição de renda e justiça social. Para viabilizar este ambicioso programa de investimentos em infraestrutura, o governo terá de contar com o envolvimento decisivo da iniciativa privada e das empresas públicas. O Banco do Brasil não pode passar ao largo deste esforço: precisa colaborar na medida do seu tamanho, da competência de seus funcionários e dos recursos materiais que dispõe. Este é o momento do Banco recuperar sua grandeza e reatar seus compromissos históricos de agente do fomento.

Para cumprir a missão de ser o banco de integração nacional, é imprescindível inverter a lógica que preside hoje a tomada de decisões. Que prioriza tão somente a maximização do lucro; que estimula e fortalece a concorrência e a competição entre as áreas internas do próprio banco, ao invés de unir o funcionalismo para superar desafios e aproveitar melhor as oportunidades. Queremos ver os “vários bancos existentes dentro do Banco” integrados em um só Banco do Brasil, parceiro dos demais bancos públicos federais e alinhado às políticas de governo.

Ao BB não basta ser só o melhor banco do Brasil. Ele tem de ser o melhor banco para os brasileiros. Este foi o recado das urnas, quando a população se manifestou pelo fortalecimento do caráter público do Estado e das empresas que controla. O banco só conseguirá trilhar este caminho quando redefinir seu posicionamento estratégico. E tais mudanças dependem de alterações substanciais em seu corpo dirigente, pois a maioria dos que hoje o comandam ainda defende e implementa as políticas derrotadas pela população em outubro de 2006.


Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
Sindicato dos Bancários de Brasília
Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região
Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro
Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil